BC eleva PIB de 2% para 2,9% em 2023 e projeta 1,8% para 2024
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O Banco Central elevou sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023 de 2% para 2,9%. Para 2024, a projeção é de 1,8%. As informações são do Relatório de Inflação (RI) trimestral, divulgado nesta quinta-feira (28).

A revisão para 2023 decorre, segundo o BC, da elevada surpresa positiva no segundo trimestre e, em menor medida, de previsões ligeiramente mais favoráveis para a evolução da indústria, de serviços e do consumo das famílias no segundo semestre.

“A elevada surpresa positiva do PIB no segundo trimestre aumentou o carregamento estatístico para 2023, contribuindo significativamente para a alta na previsão de crescimento da atividade econômica nesse ano”, diz o BC.

Sob a ótica da oferta, a estimativa para o crescimento da agropecuária passou de 10% para 13%, a indústria foi de 0,7% para 2% e o setor de serviços foi revisto de 1,6% para 2,1%.

Na demanda doméstica, houve alta nas previsões para o consumo das famílias (de 1,6% para 2,8%) e do governo (de 1% para 1,8%) e recuo na estimativa para o desempenho da formação bruta de capital fixo – medida para os investimentos no PIB -, de uma queda de 1,8% para contração de 2,2%.

Alguns fatores, no entanto, contribuem para que a atividade econômica cresça nos próximos trimestres e ao longo de 2024 em ritmo menor do que o observado no primeiro semestre de 2023, observa o relatório.

Entre eles, o BC cita a dissipação dos impactos diretos e indiretos da forte alta da agropecuária no primeiro semestre deste ano e o impulso da expansão dos benefícios de assistência social e previdenciários – influenciados pela alta do salário mínimo e por mudanças de calendário que anteciparam pagamentos para o primeiro semestre –, que não deve se repetir na mesma magnitude.

Além disso, diz, a política monetária se situa em terreno contracionista “e há a expectativa de que se mantenha assim no horizonte de previsão, ainda que esteja sendo gradualmente flexibilizada”.

O BC menciona ainda que o cenário externo mostra-se mais incerto, com perspectiva de desaceleração da atividade econômica nos países avançados, em ambiente de pressões inflacionárias persistentes, e de menor crescimento para a economia chinesa.

 

Foto: Divulgação Valor Econômico


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