O Brasil tem uma frota antiga de caminhões, o que pode dificultar a ampliação do uso de sistemas mais modernos de gerenciamento de carga
O Brasil tem uma frota antiga de caminhões, o que pode dificultar a ampliação do uso de sistemas mais modernos e tecnológicos de gerenciamento da frota. A Secretaria Nacional de Trânsito, do Ministério da Infraestrutura, informa que há mais de 3,5 milhões de caminhões em circulação no Brasil, sendo 26% com mais de 30 anos de fabricação. Entidades do setor de transportes estimam que a frota brasileira de caminhões é menor, de 2,27 milhões de veículos.
O governo brasileiro lançou, em 2019, o Renovar, programa de aumento da produtividade da frota rodoviária no país, cujo objetivo é tirar de circulação ônibus e caminhões no fim da vida útil. Recentemente aprovado pelo Senado, ele ainda não entrou em operação. O programa tem como meta “reduzir os custos da logística no país, aumentar a produtividade, a competitividade e a eficiência do transporte rodoviário”, além de contribuir para a diminuição dos níveis de emissão de poluentes.
A plataforma de operação será a Agência Brasileira de Desenvolvimento, Industrial (ABDI), mas o programa ainda não foi regulamentado e não há nada ainda em andamento, segundo a assessoria de imprensa do órgão. Enquanto o Renovar não sai do papel, bancos públicos oferecem financiamento para a compra de caminhões, com linhas especiais para incentivar a descarbonização. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece o BNDES Finame Baixo Carbono para a compra de caminhões elétricos, híbridos e movidos a biocombustíveis.
Na Feira Nacional de Transportes, que ocorreu no início de novembro, os negócios somaram R$ 9 bilhões. A troca de informações sobre produtos, caminhões e equipamentos, adaptados aos tempos atuais de redução do nível de CO2 no planeta dominaram as conversa e anúncios, o que incluiu veículos autônomos, elétricos e a gás. Luiz Carlos Moraes, atual vice-presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), aponta que parte significativa da frota brasileira ainda é composta por caminhões movidos a tecnologias antigas, mais poluentes e boa parte deles é carente de manutenção. Como exemplo, ele cita o maior porto do Brasil, o de Santos, onde rodam “caminhões com 40 anos de idade”, a Central de Abastecimento de São Paulo, o Ceagesp, onde circulam “unidades com 30 anos”. A Anfavea, de acordo com ele, está a postos para colaborar com a regulamentação e implementação do Renovar. Em recente entrevista em reunião na entidade, Glenda Lustosa, secretária de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços do Ministério da Economia, lembrou que caminhoneiros com veículos com mais de 30 anos terão vantagens ao aderir ao programa quando ele estiver em vigor. Segundo ela, um caminhão de 30 anos tem custo operacional 15% maior que um de dez anos de uso.
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