O transporte rodoviário de cargas registrou, no primeiro semestre de 2022, uma crescente contínua pós-período pandêmico e com as variantes políticas. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021 houve um crescimento de 11,4% do setor de transportes, número acima da expansão do Produto Interno Bruto do país, que foi de 4,6%. Para 2022, a estimativa do mercado, refletida no Boletim Focus do Banco Central, é de uma expansão de 1,93% do PIB brasileiro.
Com esse novo recorde, o reflexo obtido com a expansão do transporte de cargas no modal rodoviário muito se deu pelo excelente desempenho do agronegócio, com uma produção de 16,73 milhões de toneladas de grãos em 2022 – aumento de 9% frente à safra anterior – e também pela interiorização da produção, ampliando as rotas para as transportadoras. A lista de produtos que são transportados diariamente no Brasil é extensa, como no caso dos bens de consumo, máquinas, siderúrgicos, químicos, combustível, entre outros.
Mas, apesar de o setor de transporte rodoviário de cargas movimentar, hoje, 65% das mercadorias produzidas no país, o segmento enfrenta gargalos já conhecidos. Dados do PIB, divulgados pelo IBGE, mostraram que o setor cresceu 2,1% no primeiro trimestre de 2022, em relação ao anterior. Esse desempenho se deve a uma combinação de fatores e, em especial, pode-se destacar o retorno das atividades com a redução de casos de infecção por Covid-19, bem como a melhor situação das cadeias logísticas internacionais. No comparativo com o primeiro trimestre de 2021, o crescimento da atividade foi de 9,4%.
Apenas no fechamento do primeiro semestre de 2022, o transporte rodoviário de cargas apresentou saldo positivo de 42.956 postos formais de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), valor que representa 76% das oportunidades geradas pelos outros modais de transporte entre cargas e passageiros no país.
De acordo com dados da última Pesquisa Mensal de Serviços, apresentada pelo IBGE no dia 14 de julho, o segmento exibe um aumento de 23,1% em volumes transportados, relacionado com o registrado em fevereiro de 2020.
Mas, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo e Região (SETCESP), nos últimos 18 meses, os três itens de maior peso na composição tarifária foram: veículo, mão de obra e combustível, com crescimento de 42%, 12,5% e 104%, respectivamente: 90% dos custos básicos aumentam exponencialmente sem que as empresas tivessem tempo de absorver, quanto mais de repassar esses valores, já que o repasse médio praticado não chegou à casa dos 7% para o período.
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