Fase vermelha no estado de SP começa à meia-noite; TRC funciona normalmente
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Todo o estado de São Paulo entra na fase vermelha do Plano São Paulo a partir da meia-noite desta sexta-feira. Nesta fase, apenas serviços essenciais —como o transporte rodoviário de cargas— podem operar normalmente. A medida vale até o dia 19, mas pode ser prorrogada.

O objetivo é reduzir o número de casos de covid-19 e desafogar os hospitais. Nesta semana, o estado bateu recorde de mortes em 24 horas (foram 468 na terça-feira) e de ocupação de leitos para a doença. Projeção realizada pelo próprio governo apontou que o sistema de saúde entrará em colapso em 15 de março se um fato novo não alterar o rumo da pandemia em território paulista.

Veja o que funciona na fase vermelha, de acordo com o plano elaborado pela equipe do governador João Doria (PSDB):

O que funciona:

  • Transporte rodoviário de cargas
  • Farmácias e serviços de saúde
  • Mercados, supermercados e locais que vendam comida, mas sem consumo local
  • Escolas (só até 35% de ocupação) e cursos da área de saúde em universidades
  • Igrejas (até 30% de ocupação)
  • Construção civil e indústria
  • Lavanderias
  • Serviços de segurança pública e privada
  • Empresas de locação de veículos

O que fecha:

  • Shoppings, galerias e comércio de rua
  • Bares e restaurantes (só funcionam delivery ou drive-thru)
  • Salões de beleza e barbearias
  • Cinemas, teatros e casas de show
  • Universidades (só cursos de saúde funcionam)
  • Eventos, convenções e atividades culturais
  • Atividades com aglomeração
  • Academias de esporte e centros de ginástica
  • Concessionárias
  • Parques e zoológico

Escolas podem abrir para quem “mais precisa”

Escolas municipais e particulares podem ficar abertas, respeitando as medidas sanitárias e o limite legal de ocupação de 35% —a orientação para funcionamento das unidades depende do município e da própria direção. A presença dos estudantes, no entanto, é opcional e pode seguir a decisão da família.

Segundo o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, as escolas da rede estadual devem oferecer ensino remoto, mas continuarão abertas para alunos que necessitarem de alimentação e suporte educacional. Os estudantes que “mais necessitam” são:

  • Alunos com necessidade de alimentação escolar
  • Alunos com dificuldade de acesso à tecnologia e outros suportes
  • Alunos com “severa defasagem” de aprendizado
  • Alunos cujos responsáveis trabalhem em serviços essenciais
  • Alunos com saúde mental sob risco
Ao UOL, o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, disse que as escolas devem permanecer abertas enquanto for possível.

Atendimento digital no Poupatempo

A secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, afirmou que as unidades do Poupa tempo terão atendimento digital. “Trabalho do Detran será feito com atendimento digital e drive-in. E agendamento para entrega”, afirmou.

Campeonato de futebol

De acordo com o médico José Osmar Medina, do Centro de Contingência, os jogos de futebol devem continuar, mas sem plateia. “Essa atividade é bastante controlada e a população precisa de diversão nesse período muito duro.”

Festas, praias e parques

As festas e encontros com aglomeração estão proibidos. A polícia e a Vigilância Sanitária podem ser acionados para acabar com esse tipo de evento. Os parques devem ficar fechados nas próximas duas semanas.

Já as praias poderão ser usadas para “atividades individuais”, com máscara, de acordo com o secretário estadual do Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.

Com baixos índices de ocupação dos hospitais, os prefeitos do litoral devem montar forças-tarefa para reforçar a fiscalização e evitar migração de moradores de outros municípios.

Mais de 2 milhões de casos no estado

Boletim divulgado ontem pela Secretaria Estadual da Saúde informa que já foram confirmados mais de 2 milhões de casos de covid-19 no estado e quase 61 mil mortes.

O governo de São Paulo diz que os jovens têm ocupado mais e por um tempo maior os leitos de UTI destinados à doença. Nas últimas duas semanas, após o Carnaval, o estado registrou, em média, 93 internações por dia —60% dos pacientes estão nas faixas de 30 a 50 anos.


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