Com mais de 5.000 sindicatos em todo o Brasil, entidades possuem poder previsto por lei para representar de forma jurídica, administrativa e política seus associados
De acordo com dados da Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia existem no Brasil um total de 5.174 sindicatos que representam a classe empresarial. As entidades patronais têm o dever de representar as empresas dos setores produtivos em que atuam e, apesar de serem corriqueiramente ligadas a ideias negativas, os sindicatos cumprem uma função fundamental para a economia brasileira.
Para Ana Jarrouge, executiva do setor de transporte e com atuação nas entidades de classe nos últimos 20 anos, o preconceito existe devido a distorções nas gestões que muitos sindicatos adotaram no passado e acredita que as entidades com trabalho sério precisam se posicionar contra a imagem preconceituosa que surgiu. “Entendo que os sindicatos que trabalham de forma séria e que já trabalhavam desta forma, devem se posicionar ativamente e demonstrar aos seus representados, através dos inúmeros meios de comunicação disponíveis atualmente, que se trata de uma entidade que efetivamente trabalha em prol do seu representado. O empresário, no dia a dia, certamente enxerga e percebe quem realmente defende seus interesses e tenho percebido que, mesmo que de modo ainda tímido, as empresas têm se aproximado e dado um voto de confiança àqueles que trabalham de forma correta”.
Antonio Ruyz, CEO da TransRuyz, vice coordenador da Comissão de Jovens Empresários (COMJOVEM) da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) e atual presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná – SINTROPAR, compartilha da mesma visão que Ana Jarrouge. “Quando se fala de sindicato no Brasil as pessoas já remetem a greves e manifestações desordenadas, mas esses são sindicatos que não tem um propósito, entidades que realmente não tem um objetivo. O maior trabalho que todas as entidades sérias têm é de trazer as pessoas para perto de suas ações e incentivá-las a participar, além de angariar cada vez mais interessados, uma vez que uma entidade forte precisa ter representatividade e ter um corpo de associados que acreditem nela. É um trabalho muito difícil, mas vejo que se tem obtido êxito ao quebrar esse paradigma de entidades que existem apenas pelo ato de existir ou só para arrecadar e não representar”.
As entidades de classe possuem poder previsto por lei para representar de forma jurídica, administrativa e política seus associados. Mas mais do que isso, elas possuem força para representar seus associados nos âmbitos políticos, negociar mudanças legislativas e vantagens comerciais que impactam positivamente todo o setor que representam. Assim, as entidades sindicais têm um papel determinante na alteração de processos estatais que burocratizam e dificultam a vida do empreendedor.
“Um empresário sozinho não consegue ser ouvido junto ao governo, em nenhuma esfera e sequer junto à uma agência reguladora. O caminho é através de uma entidade de classe, que geralmente, já possuem relacionamento, um canal de comunicação aberto, termos de cooperação e agendas constantes com estes órgãos. Ou seja, o empresário precisa enxergar que, se há distorções e melhorias a se fazer em termos de legislação e regulamentação, ele precisa participar de forma ativa na entidade de classe que o representa, local onde ele terá a possibilidade de colocar sua opinião, ponto de vista e sugestão, junto aos demais pares. Constantemente, as entidades acionam os associados para que se manifestem a respeito de diversos assuntos relacionados ao setor, a fim de coletar à vontade e opinião a respeito de um tema, que possa dar subsídio para entidade atuar no sentido de atender a vontade da maioria”, afirma Jarrouge.
Além disso, as entidades de classe, cientes dos principais desafios da categoria que representam, organizam cursos, palestras e produzem materiais com o objetivo de informar e instruir seu associado. Também presta serviços essenciais para o desenvolvimento das empresas e principalmente cria a atmosfera de networking para que o profissional consiga os contatos necessários para o crescimento do seu negócio.
As entidades têm um papel importantíssimo. Qualquer setor de grande representatividade tem por trás uma entidade muito representativa. Só quem está inserido no dia a dia de um segmento sabe como as entidades trabalham e se esforçam. Percebemos que as entidades são de suma importância para que possamos ter setores produtivos organizados e rentáveis. Todo empresário, independente da atividade a qual exerça deve estar inserido de forma participativa em um entidade. É importante fazer o movimento de questionar, levar conteúdos e informações, contribuindo para um ganho maior de respeito e representatividade”, finaliza Ruyz.
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