Governador disse que índice caiu para 48% ontem e ameaçou ir à Justiça contra prefeitos que relaxarem as medidas antes do fim da quarentena, em 10 de maio
O governador de São Paulo, João Doria, disse nesta quinta-feira que um decreto será publicado amanhã com recomendação para uso de máscaras fora de casa em todos os 644 municípios, além de São Paulo. Ele também afirmou que, se a taxa de adesão ao isolamento for inferior a 50%, a decisão sobre o período que sucede a quarentena, de flexibilização das medidas de restrição no Estado, poderá ser revista.
“Ontem a taxa de isolamento caiu a 48% em São Paulo, isso é grave, acende sinal amarelo”, disse o governador. “Se as pessoas ficarem em casa, poderemos manter [plano de flexibilizar]”, afirmou Doria.
Doria parabenizou algumas cidades pela taxa em 21 de abril, feriado, com níveis superiores a 60%. E alertou sobre os riscos em romper o isolamento.
A quarentena está em vigor desde o fim de março no Estado. Diante do avanço da doença, o governador estendeu as medidas de isolamento social até 10 maio. A partir de então, será adotado um plano para reabertura do comércio de acordo com áreas de risco.
Segundo Doria, a orientação é para que nenhum município flexibilize até 10 de maio. “Faço um apelo para que prefeitos não cedam à pressão local [para flexibilizar e abrir comércio]”, disse. “Se não fizerem por rebeldia ou questão de ordem política, teremos que adotar medidas judiciais.”
São Paulo é o Estado com maior número de infecções por coronavírus no Brasil. Segundo o boletim do Ministério da Saúde de ontem, são 15.914 casos confirmados e 1.134 mortes por covid-19. O país conta no total 45.757 casos e 2.906 óbitos.
O governador antecipou que a coletiva de amanhã vai anunciar medidas na área de educação. “É preciso previsibilidade na rede pública e privada de ensino [para avaliar retorno às aulas]”, afirmou.
As informações foram passadas em coletiva de imprensa convocada pelo governo do Estado sobre ações de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, no Palácio dos Bandeirantes.
Presente na coletiva, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que o poder público continua a usar drones, seja para fiscalizar aglomerações, pancadões [bailes] e segurança urbana.
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