Segundo o FMI, 170 países de seus 189 membros devem registrar uma contração em sua renda per capita este ano
A pandemia de coronavírus causará “a pior crise econômica desde a Grande Depressão” em 1929, estimou nesta quinta-feira (9/4) a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, que também alertou que países emergentes e pobres como os da América Latina “estão em grande risco”.
A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) enfatizou que o mundo está enfrentando uma “crise como nenhuma outra”.
Segundo o órgão com sede em Washington, 170 países de seus 189 membros devem registrar uma contração em sua renda per capita este ano.
A previsão mudou desde três meses atrás, quando o Fundo projetava um crescimento em 160 países.
Georgieva disse que o crescimento global será “marcadamente negativo” em 2020, sem citar números, em um discurso antes do início das reuniões semestrais do organismo, durante as quais a entidade multilateral publicará suas previsões.
Atualmente, a incerteza continua em relação à pandemia de coronavírus, que foi detectada na China no final de 2019 e continua a se espalhar por todo o mundo, causando dezenas de milhares de mortes e paralisando a atividade econômica.
“Ainda enfrentamos uma enorme incerteza sobre a profundidade e a duração da crise”, declarou Georgieva sobre as consequências do vírus respiratório.
A chefe do FMI indicou que, assim como a emergência de saúde atinge mais severamente as pessoas vulneráveis, espera-se que a crise afete mais os países mais pobres.
Georgieva apontou que países pobres e emergentes, na África, América Latina e parte da Ásia, enfrentam grandes riscos.
Ela explicou que eles têm menos recursos, com sistemas de saúde mais fracos, e também estão perigosamente expostos a distúrbios na demanda e na oferta, e com um “aperto drástico das condições financeiras”.
Georgieva apontou que muitos desses países “enfrentam o assustador desafio de combater o vírus em cidades densamente povoadas e em favelas onde o distanciamento social – que é uma medida recomendada pelas autoridades de saúde para evitar o contágio – é uma opção improvável”.
Por outro lado, “alguns (países) enfrentam o ônus de uma dívida insustentável”, acrescentou.
A economista ressaltou ainda que nos últimos dois meses a saída de capital dos mercados emergentes foi de quase US$ 100 bilhões.
“Eles precisam urgentemente de ajuda”, insistiu.
Georgieva também apontou que, juntamente com o Banco Mundial, o FMI pede a suspensão do serviço da dívida dos países mais pobres do mundo com credores bilaterais oficiais.
O FMI planeja publicar o relatório completo com suas previsões econômicas na próxima terça-feira.
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