Inadimplência pode ter novo ciclo de alta até o fim do ano
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A inadimplência pode começar um novo ciclo de alta até o fim do ano. O movimento vem puxado pela fraca economia com os atrasos na agenda do governo e pela geração de empregos aquém do esperado. A expectativa de melhora fica apenas para 2020.

Dados divulgados ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontam que apesar dos sinais de desaceleração, a inadimplência do consumidor registrou avanço de 0,9% no primeiro semestre deste ano em relação aos últimos seis meses de 2018.
O aumento, por sua vez, é 2,7 pontos percentuais maior do que o registrado em igual período do ano passado, quando a variação da inadimplência era de 3,6%.

De acordo com o presidente do SPC, Roque Pellizzaro Junior, o principal motivo que ainda mantém o estoque de inadimplência em níveis altos é a baixa oferta de vagas de trabalho no País. “Para ter uma melhora no cenário de negativados, o Brasil precisa melhorar seu desempenho econômico e restaurar a lacuna de emprego”, afirma.

O último levantamento do Banco Central (BC) mostra que a inadimplência média total ficou em 3% em maio último, o menor patamar para o mês desde 2015, quando também estava em 3%. Em relação a igual mês de 2018, o indicador registrou queda de 0,3 ponto percentual (p.p.).

Segundo o economista do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC Boa Vista) Flávio Calife, no entanto, parte da melhora observada nos calotes também vem de uma redução na tomada de crédito e na renda das famílias.

“O consumidor está mais cauteloso nesse sentido, mas quando olhamos a tendência da inadimplência, vemos que a curva começa a mudar e os números voltaram a crescer. O aumento ainda é pouco e o indicador está bem abaixo do que vimos em anos anteriores, mas é uma mudança na qual precisamos ter atenção”, disse.

Um novo estudo feito pelo Negocia Fácil em parceria com o Instituto Locomotiva com 934 consumidores apontou que 77% possuem alguma dívida em atraso. Desses, 60% já tinham se endividado antes e cerca de 73% estão endividados entre 1 e 5 anos ou mais.

“Vemos que as expectativas que se iniciaram no final do ano passado não se concretizaram e de que, mesmo que o senso de otimismo esteja maior nos últimos dias, é uma percepção que não vem dos negócios, mas sim do mercado, por conta da reforma da Previdência”, avalia o diretor de negócios digitais do Negocia Fácil, José Moniz.

Ele pondera, por outro lado, que 92% dos entrevistados endividados se preocupam muito em quitar seus débitos e cerca de 80% acreditam ter condições de pagar suas dívidas.

“O maior universo de pessoas tem vontade de negociar rapidamente e 78% afirmaram ter condições de honrar seus compromissos no prazo de dois meses. A vontade de pagar existe, mas é preciso uma maior comunicação das empresas e o fortalecimento de uma educação financeira”, acrescentou Moniz.

Ainda segundo o estudo 41% dos entrevistados afirmam que o principal motivo para sua negativação foi a perda do emprego, enquanto 30% dizem que não planejaram bem suas finanças. Outros 18% alegam que estão listados como inadimplentes porque emprestaram o nome a alguém.

Projeções

Em relação aos próximos meses, porém, os especialistas destacam que as expectativas são positivas. “Tudo depende de muita coisa como atividade, emprego e a própria agenda do governo. Mas uma série de variáveis, como juros, endividamento e preços, estão se comportando bem e trazem boas estimativas”, comenta Calife.

“Se tudo caminhar como deve até o final do ano, devemos ter uma melhora significativa em 2020, tanto da inadimplência quanto na quantidade e na qualidade do crédito”, conclui Pellizzaro Junior, do SPC.

A inadimplência pode começar um novo ciclo de alta até o fim do ano. O movimento vem puxado pela fraca economia com os atrasos na agenda do governo e pela geração de empregos aquém do esperado. A expectativa de melhora fica apenas para 2020.

Dados divulgados ontem pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontam que apesar dos sinais de desaceleração, a inadimplência do consumidor registrou avanço de 0,9% no primeiro semestre deste ano em relação aos últimos seis meses de 2018.
O aumento, por sua vez, é 2,7 pontos percentuais maior do que o registrado em igual período do ano passado, quando a variação da inadimplência era de 3,6%.

De acordo com o presidente do SPC, Roque Pellizzaro Junior, o principal motivo que ainda mantém o estoque de inadimplência em níveis altos é a baixa oferta de vagas de trabalho no País. “Para ter uma melhora no cenário de negativados, o Brasil precisa melhorar seu desempenho econômico e restaurar a lacuna de emprego”, afirma.

O último levantamento do Banco Central (BC) mostra que a inadimplência média total ficou em 3% em maio último, o menor patamar para o mês desde 2015, quando também estava em 3%. Em relação a igual mês de 2018, o indicador registrou queda de 0,3 ponto percentual (p.p.).

Segundo o economista do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC Boa Vista) Flávio Calife, no entanto, parte da melhora observada nos calotes também vem de uma redução na tomada de crédito e na renda das famílias.

“O consumidor está mais cauteloso nesse sentido, mas quando olhamos a tendência da inadimplência, vemos que a curva começa a mudar e os números voltaram a crescer. O aumento ainda é pouco e o indicador está bem abaixo do que vimos em anos anteriores, mas é uma mudança na qual precisamos ter atenção”, disse.

Um novo estudo feito pelo Negocia Fácil em parceria com o Instituto Locomotiva com 934 consumidores apontou que 77% possuem alguma dívida em atraso. Desses, 60% já tinham se endividado antes e cerca de 73% estão endividados entre 1 e 5 anos ou mais.

“Vemos que as expectativas que se iniciaram no final do ano passado não se concretizaram e de que, mesmo que o senso de otimismo esteja maior nos últimos dias, é uma percepção que não vem dos negócios, mas sim do mercado, por conta da reforma da Previdência”, avalia o diretor de negócios digitais do Negocia Fácil, José Moniz.

Ele pondera, por outro lado, que 92% dos entrevistados endividados se preocupam muito em quitar seus débitos e cerca de 80% acreditam ter condições de pagar suas dívidas.

“O maior universo de pessoas tem vontade de negociar rapidamente e 78% afirmaram ter condições de honrar seus compromissos no prazo de dois meses. A vontade de pagar existe, mas é preciso uma maior comunicação das empresas e o fortalecimento de uma educação financeira”, acrescentou Moniz.

Ainda segundo o estudo 41% dos entrevistados afirmam que o principal motivo para sua negativação foi a perda do emprego, enquanto 30% dizem que não planejaram bem suas finanças. Outros 18% alegam que estão listados como inadimplentes porque emprestaram o nome a alguém.

Projeções

Em relação aos próximos meses, porém, os especialistas destacam que as expectativas são positivas. “Tudo depende de muita coisa como atividade, emprego e a própria agenda do governo. Mas uma série de variáveis, como juros, endividamento e preços, estão se comportando bem e trazem boas estimativas”, comenta Calife.

“Se tudo caminhar como deve até o final do ano, devemos ter uma melhora significativa em 2020, tanto da inadimplência quanto na quantidade e na qualidade do crédito”, conclui Pellizzaro Junior, do SPC.


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