Empreendimentos de uso misto facilitam a mobilidade
Compartilhe

A dificuldade para se deslocar é uma das grandes causadoras de stress entre moradores dos grandes centros urbanos. A ampliação da oferta de edifícios residenciais e comerciais é apontada como uma das soluções para o problema

Trânsito, meios de transporte superlotados, poluição. Já não é de hoje que se locomover em grandes centros como São Paulo é uma grande aventura que pode durar horas. Por esse motivo, as pessoas buscam soluções cada vez mais ágeis e alinhadas com um estilo de vida saudável, com mais tempo para a família e para o lazer.

Impulsionados por essa necessidade e também pela revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo, que prevê a diversificação da produção imobiliária com o uso compartilhado dos térreos dos edifícios e uma convivência entre os espaços públicos e privados (residenciais ou não residenciais), os empreendimentos de uso misto – uma realidade em vários países da Europa – começam a fazer parte da paisagem urbana.

Diferente do planejamento segmentado, que separa áreas residenciais e comerciais, os projetos de uso misto concentram em um mesmo local moradia, locomoção, trabalho, compras e entretenimento. Em uma cidade em que as pessoas perdem em média três horas por dia em deslocamentos, segundo a pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana na Cidade”, realizada pela Rede Nossa São Paulo e pelo Ibope Inteligência, privilegiar espaços de usos múltiplos pode ser a solução.

Combinar tudo em um mesmo espaço ajuda a trazer mais qualidade de vida para a população, segundo Isabel Santos, gestora ambiental e especialista em planejamento e gestão de cidades. “Isso muda a dinâmica dos deslocamentos em massa, alterando também as emissões de gases de efeito estufa e de gases poluentes que causam, respectivamente, o fenômeno das ilhas de calor, e a piora na qualidade do ar nos grandes centros urbanos”, explica.

O arquiteto e urbanista Fellipe de Carvalho Silva concorda. Segundo ele, quando estes empreendimentos estão próximos a serviços de transporte público as pessoas começam a ver o carro como algo secundário, tendendo a ir mais aos lugares a pé, de bike, ou transporte público, uma vez que resolvem a maioria dos problemas do dia a dia sem grandes dificuldades de mobilidade. “Trata-se de uma comodidade, um facilitador da vida urbana. Os bairros já consolidados e com maior concentração de edifícios de múltiplos usos são um convite à caminhada, uma vez que a cidade se torna menos setorizada, mais funcional e atrativa para os pedestres”, explica.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.