Transformação digital: se oriente com uma bússola
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Por Paulo Almeida – professor da FDC

Há uma vantagem competitiva das empresas que conseguem completar sua transformação digital. Elas vão conseguir inovar, se adaptar e se preparar para os desafios e minimizar os riscos externos que poderiam fazer delas instituições irrelevantes para o seu mercado. Ou seja, esse modelo aumenta a capacidade de absorção e transformação da estrutura àquilo que são os desafios que se vão colocar permanentemente. Sejam desafios de organização interna, como os processos, ou externa, como a entrada de novos competidores no mercado, que venham a desequilibrar o que era até aí a forma de funcionamento naquele setor do mercado.

Use uma bússola para se orientar nesse processo

Em resumo, um gestor deve estruturar o desafio digital, mobilizar a organização, focar o investimento e sustentar a transformação. Os desafios dessa liderança digital são: influenciar os diferentes setores da empresa para aderir à mudança, incentivar e proteger a cultura digital, mobilizar e engajar as pessoas para novos comportamentos, gerir e sustentar a mudança monitorando o processo, e, por fim, mobilizar e integrar as diferenças de negócio na transformação digital dessa perspectiva, colocando as pessoas a colaborarem para isso.

A adaptação na transformação digital pressupõe um novo estilo de liderança

O perfil de competência de liderança que é desejável nessa revolução 4.0 e nesse processo de transformação digital em curso passa por um perfil de competências que estimulem a criatividade das pessoas, estimulem o pensamento empreendedor, a capacidade de solução dos problemas mais complexos, a capacidade de resolução de conflitos que vão emergir na própria organização e de tomada de decisão. Mas, também, remete à capacidade analítica de lidar com dados complexos e muitas vezes contraditórios, o que requer capacidade de pesquisa e de conexão que as lideranças das organizações, nesse contexto de transformação digital, deverão ter.

E o Brasil?

No Brasil, nos últimos três ou quatro anos, houve empresas que, quando pensavam em transformação digital, contratavam alguém da área de TI para conduzir essa transição, acreditando que a mudança de um membro na organização traria a transformação esperada. Grande parte dessas experiências resultou em insucesso. Uma nova contratação funciona como um catalisador desse processo apenas se a alta liderança estiver comprometida com o sucesso e se a cultura for criada e propagada por multiplicadores internos. E é fundamental que os líderes empresariais entendam isso mesmo, se queremos um Brasil inovador, com empresas competitivas, nesse novo ecossistema em transformação permanente.


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