As variáveis que sustentam o consumo, como maior poder de compra do brasileiro e acesso ao crédito, devem se mostrar melhores nos próximos três meses. A estimativa é que o setor cresça 6% em março, sobre um ano antes, e apresente incremento de 6,13% e abril e 5,3% em maio, na mesma base de comparação.
A estimativa foi feita pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e leva em conta os setores do comércio avaliados mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).
O ritmo crescente do setor se daria após uma desaceleração do crescimento apresentada em fevereiro, quando o comércio varejista apresentou incremento de 1,3% na comparação interanual e um recuo de 0,2% ante a janeiro.
Os destaques para sustentar o incremento deste ano são os bens duráveis, principalmente as vendas de móveis e eletrodomésticos, que após apresentarem três anos consecutivos de queda no faturamento, deverá crescer apoiado na maior demanda em função do Dia das Mães este mês e, a partir de junho, a Copa do Mundo na Rússia.
“Há perspectiva de melhora das vendas de bens duráveis este ano, as varejistas estão com promoções agressivas, e a melhora das condições de crédito – tanto na concessão quanto nos juros – também estão mais convidativas”, afirmou o professor de economia e especialista em varejo, Sérgio Bóia.
De acordo com o Ibevar, a estimativa é que as vendas de móveis e eletrodomésticos subam 8,9% em março, sobre um ano antes, com crescimentos estimados de 2,5% e 4% nos dois meses seguintes.
Apesar das projeções mais otimistas, os economistas do Ibevar pontuam que o crescimento ainda é pequeno, e os sinais de retomada da economia, com melhoria do mercado de trabalho e juros mais alongados, são necessários para que o setor retorne aos patamares de antes da crise.
No setor de hipermercados e supermercados, a expectativa é de crescimento de 1,1% em março, com alta prevista de 4,8% e 4,4% em abril e maio. Já para o setor de tecidos, vestuário e calçados as expectativas ainda são de queda: Retração de 3,2% em março ante igual mês de 2017. Em abril e maio, há perspectiva de queda de 4,1% e 6,2%, na ordem.
Nem tão otimista
Ainda que o Ibevar estime um incremento de 6% em março no varejo ampliado – recorte do IBGE que inclui as vendas de material de construção, veículos e peças – no restrito, o SpendingPulse, Indicador de Varejo da Mastercard, mostrou um número bem menor: 2,6% de ata na comparação com o mesmo período de 2017.
Em linha com as projeções do mercado os setores em destaque foram móveis e eletrodomésticos, supermercados, artigos farmacêuticos, material de construção e artigos de uso pessoal e doméstico.
“Feriados como a Sexta-feira Santa e Páscoa, impactaram positivamente nas vendas totais no mês de março, apresentando expansão de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado”, comenta o economista-chefe da Mastercard Advisors no Brasil, César Fukushima, lembrando que o único resultado menor que o esperado se deu na venda de vestuário e combustíveis.
Fukushima ressalta ainda o bom resultado do e-commerce, com 18,4% em março. Os setores de eletrônicos e móveis também demonstraram alta superior à média do canal de distribuição, enquanto os setores de artigos farmacêuticos, vestuários e livraria ficaram abaixo do avanço do canal.
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