Um plano audacioso
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Secretaria de Logística e Transporte do Estado de São Paulo lança o PAM-TL: Plano de Ação de Transporte e Logística para a Macrometrópole Paulista

Em busca de uma solução integrada para as questões críticas de transporte e logística, tanto de cargas quanto de passageiros, na Macrometrópole Paulista (MMP), o Governo do Estado por meio da Secretaria de Logística e Transporte (STL) lançou o PAM-TL (Plano de Ação de Transporte e Logística para a Macrometrópole Paulista).

O plano contém propostas para o transporte de cargas e passageiros, que devem envolver a capital e quatro outras regiões metropolitanas: Campinas, Sorocaba, Baixada Santista e São José dos Campos.

A intenção do plano, uma iniciativa do Governo do Estado, através da SLT, sob a coordenação técnica do Consórcio PRO-TL é propiciar o aumento da eficiência socioeconômica e ambiental da ação governamental no transporte e na logística com a racionalização do uso dos recursos públicos.

Durante o lançamento, feito no dia 08 de julho, o secretário de Logística e Transporte de São Paulo, João Octaviano Machado Neto, apresentou a proposta. “É um plano que mexe com a infraestrutura de várias regiões e tem algumas metas desafiadoras, por envolver articulações com diferentes setores: hidroviário, ferroviário e rodoviário”.

Para ele, o projeto apresentado traz ações de imediato e também de longo prazo. “As questões das cargas nas regiões metropolitanas da Macrometrópole não podem esperar, porque isso seria correr o risco de termos um travamento culminando em um eminente desabastecimento”, comentou.

Já pensando no que está por vir, o secretário destacou que o País carece de mais planejamento futuro. “Hoje no Brasil não temos um portfólio de projetos como este. O que vamos fazer agora é colocar em prática um plano de zoneamento do Porto de Santos, olhando para ele, não como está atualmente, e sim, pensando na operação do Porto daqui a 15 anos. O grande mérito do PAM-TL é a importância de ter uma discussão abrangente, para que possamos ter no futuro uma estrutura mais qualificada”, resumiu.

Fernando Zingler, diretor executivo do IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga), contou que durante a realização dos estudos, o consórcio se reuniu com empresários do setor com apoio do SETCESP, e chegou a solicitar algumas informações sobre o setor de transporte rodoviário de cargas para traçar as estratégias inseridas no PAM-TL, mas que nem todos os pontos observados na época foram considerados no plano apresentado.

De acordo com o presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, Tayguara Helou, no projeto ainda falta compreender alguns aspectos das diferentes regiões. “É preciso entender as características e a dinâmica da logística regional e nacional, pois o País tem dimensões continentais e a logística deve ser pensada como um todo”, disse.

Concordando com Helou, o diretor do instituto acrescenta “que falta detalhar certos pontos, embora em outros haja muito alinhamento com aquilo que se deseja para o setor. A integração entre os modais e a viabilização de entregas noturnas fazem parte também das nossas bandeiras”, apontou Zingler.

O PAM-TL prevê algumas ações que impactam o TRC como interligação de ferrovia com rodovias, a implantação de mini terminais de cargas, a extensão dos horários de entrega para ocupar a malha viária quando esta está mais ociosa, para que também possam ser realizadas no período da noite e a duplicação de rodovias.

“O deslocamento de parte do fluxo de carga para o período noturno levará a melhorias de velocidade, redução das filas para carga e descarga e redução de congestionamento. E pode resultar em um abatimento da ordem de 70% para cada tipo de emissão (inclusive CO2) em relação ao que essa parcela geraria se circulasse no período diurno”, diz parte do relatório do PAM-TL.

Além disso, o documento reúne propostas para a reestruturação do transporte entre os mais de 180 municípios que compõem a Macrometrópole, com um anel ferroviário, novos sistemas de trens de cargas e sua integração com o sistema de transporte rodoviário na região.

“Este é um plano audacioso e estratégico para direcionar investimentos nos próximos anos. Acredito que é preciso pensar nas metrópoles mais conectadas, isto é, sem gargalos, caso contrário uma acaba ocupando o espaço da outra e começa a ocorrer a migração de fábricas e pessoas, por conta dos problemas relacionados ao deslocamento”, diz Zingler.

No entanto, ele avalia que para trazer um real ganho em mobilidade o projeto precisa minimizar os problemas relativos ao trânsito como os congestionamentos, e ao mesmo tempo, priorizar o abastecimento.

O SETCESP segue acompanhando junto a STL a evolução do estudo e as futuras implementações do PAM-TL.

 


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