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28 de Fevereiro de 2018 – 14h24 horas / Diário do Transporte

Nesta segunda-feira (26/02) um dos principais tribunais da Alemanha decidiu banir os veículos movidos a diesel dos centros urbanos de Stuttgart e Düsseldorf. Considerados altamente poluentes, a medida é uma forma de combater os altos níveis de poluição ambiental nas cidades.

 

A decisão é histórica, e especialistas estimam que ela afetará dramaticamente o valor dos carros a diesel no país.  Além de um pesadelo administrativo para as autoridades locais, a decisão é um duro golpe para os motoristas que compraram veículos que, segundo a indústria, cumprem os padrões de emissões.

 

Ativistas ambientais haviam processado dezenas de cidades alemãs, argumentando que elas têm o dever de reduzir a poluição excessiva do ar para proteger a saúde das pessoas. Algumas cortes locais chegaram a ordenar que as cidades barrassem os carros a diesel que não estivessem em conformidade com as normas ambientais mais recentes, especificamente em dias de poluição pesada.  As decisões sugerem que proibir a circulação de veículos a diesel sujos seria uma medida eficaz e deveria ser seriamente considerada como um meio de proteger a saúde pública.

 

Os carros a diesel, especificamente, emitem óxidos de nitrogênio, ou NOx, que causam doenças respiratórias e milhares de óbitos prematuros anualmente. Cerca de 70 cidades alemãs, incluindo Munique, Stuttgart e Colônia, registraram níveis médios de dióxido de nitrogênio acima dos limites da União Europeia em 2017, de acordo com a Agência Federal do Meio Ambiente (UBA).

 

O governo federal e o poderoso lobby da indústria automobilística alemã sempre se opuseram a novas restrições aos carros a diesel.

 

Em troca das restrições, os ministros liderados pela chanceler Angela Merkel ofereceram um fundo de bilhões de euros, parcialmente pago pela indústria, para melhorar o transporte público ou promover um programa de renovação da frota atual com a utilização de ônibus elétricos.

 

No entanto, até o momento as empresas alemãs do setor automobilístico ofereceram apenas atualizações para o software de controle do motor para reduzir as emissões. Agora, uma decisão judicial em favor das proibições ao diesel poderá aumentar a pressão sobre elas para que forneçam reparos de hardware a carros mais poluentes.

 

Uma remodelação para os mais de nove milhões de carros construídos antes de setembro de 2015, quando os mais recentes padrões de emissão de Euro 6 entraram em vigor, custariam pelo menos 7.6 bilhões de euros, segundo estudo realizado por analistas no banco Evercore na semana passada.

 

A participação de mercado dos veículos a diesel na Alemanha diminuiu de 48% em 2015 para cerca de 39% no ano passado.

 

Paris, Madri, Cidade do México e Atenas já anunciaram que pretendem proibir os veículos a diesel dos centros da cidade até 2025. Já o prefeito de Copenhague quer proibir os carros a diesel de entrarem na cidade já no próximo ano. França e Grã-Bretanha vão proibir novos carros a gasolina e diesel até 2040, em uma guinada radical em direção aos veículos elétricos.


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