O segmento de transportes vem liderando os anúncios de investimentos em infraestrutura no Estado de São Paulo, segundo a Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), da Fundação Seade. A tendência se verifica desde o quarto trimestre de 2019. Os resultados de 2020 podem ser atribuídos especialmente aos valores noticiados nos dois primeiros trimestres do ano por empresas que venceram os leilões realizados pelos governos paulista e federal para concessão de obras e serviços públicos de transportes por 30 anos.
Rota da logística
Os dois maiores empreendimentos de 2020 envolvem municípios de várias regiões. Ambos visam melhorar o fluxo de mercadorias, com diferentes modais de transporte, e reduzir custos logísticos. São eles:
- A concessionária Eixo SP, do Consórcio Infraestrutura Brasil (Pátria Investimentos e Fundo Soberano de Singapura), anunciou em janeiro, R$ 14 bilhões para operar o Lote PiPa (Piracicaba-Panorama), que abrange 12 rodovias, no total de 1.273 km, atravessando as regiões de Campinas, Central, Bauru, Marília e Presidente Prudente, até Panorama, divisa com Mato Grosso do Sul.
- A concessionária Rumo Logística, do grupo Cosan, anunciou em maio, R$ 6 bilhões para reestruturação da ferrovia federal Malha Paulista, que liga Santa Fé do Sul ao Porto de Santos, em uma extensão de 2 mil km. Serão beneficiadas 72 cidades.
No ar
Segundo a entidade, a maior parte dos recursos anunciados no último trimestre de 2019 foi para transporte aéreo, com a expansão da frota da companhia Azul. Nos períodos seguintes, os investimentos foram para atividades auxiliares dos transportes (rodovias, terminais portuários) e transporte terrestre (ferroviário).
Alto Tietê: investimento
Formada pela união entre as empresas R2 e IBF, a R2IBF prepara-se para construir sua quinta fábrica no Brasil, investindo R$ 35 milhões em Mogi das Cruzes. Criada em 2019, a empresa brasileira é focada no desenvolvimento e produção de radiofármacos. A nova unidade produzirá os marcadores radiofármacos FDG e 18F-PSMA-1007, contrastes radioativos para exames de imagem em equipamentos PETCTs utilizados com maior frequência em exames oncológicos, e com aplicações também em neurologia e cardiologia. A produção da R2IBF atenderá, principalmente, clínicas e hospitais da capital e municípios a um raio de até 200 quilômetros da região metropolitana. No Interior Paulista, a empresa possui unidade também em São José do Rio Preto.
Tecnologia
As plantas produtivas da R2IBF fazem uso intensivo de tecnologia e necessitam de mão de obra altamente especializada. Parte importante das atividades da R2IBF é voltada para a área de pesquisa, desenvolvimento e inovação. A nova unidade estará próxima aos principais centros de investigação da área médica no Brasil e será um núcleo de pesquisa em radiofármacos para medicina nuclear.
Estratégia
O presidente da agência InvestSP, Wilson Mello, afirma que os projetos da aréa de saúde como o de Mogi das Cruzes são considerados de alto impacto para o Estado. “A cada novo investimento consolidamos a posição de São Paulo como um polo de tratamento médico e de pesquisa em saúde”, diz ele.
Inovação no Interior
A White Martins, fabricante de gases industriais, medicinais e especiais, começará a produzir seu portfólio vendido no país nas fábricas brasileiras. Isso só será possível com a operação da nova unidade inaugurada no final de 2020 em Vinhedo, na região de Campinas. A fábrica traz vantagens competitivas para o Interior do Estado de São Paulo. A White Martins adiciona capacidade ao parque fabril do Estado, já que fornece insumos essenciais para a cadeia produtiva de diversos segmentos da indústria, segundo analistas estaduais.
Referência na AL
Desenhada para promover ainda mais integração entre as áreas de Engenharia, Operações e Negócios da empresa, a planta foi concebida em linha com os padrões da Indústria 4.0 e passa a ser uma referência em inovação na América do Sul. A nova planta é totalmente paletizada, o que reduz significativamente o manuseio de cilindros e garante maior segurança e ergonomia à operação, além de permitir um aumento de produtividade da ordem de 15 a 20% no processo de carga e descarga dos caminhões.
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