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22 de Maio de 2018 – 16h29 horas / CNT

Em 2017, enquanto o PIB nacional cresceu 1%, no setor de transporte o crescimento do Produto Interno Bruto ficou em 0,9% na comparação com 2016.

 

A crise econômica iniciada em 2014 foi uma das mais longas e severas da história do Brasil, com problemas econômicos e fiscais que afetaram todos os segmentos da economia. Em 2016, o transporte foi o que mais sofreu, registrando queda de 6,8%.

 

Em 2017, o setor transportador registrou crescimento de 2,3% no volume de serviços e de 8,7% na receita nominal. Embora esses sejam números positivos, tal crescimento não foi suficiente para recuperar as grandes perdas do período de recessão.

 

“A crise está sendo superada, mas a extensão e a profundidade da recessão tornam a recuperação do setor transportador mais lenta e difícil”, afirma o presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade, ao analisar os dados do estudo Transporte em Números divulgado hoje pela CNT.

 

De acordo com Clésio Andrade, a recuperação do setor transportador e da economia em geral depende de fortes investimentos em infraestrutura. “O Brasil precisa de mais e melhores rodovias, portos, aeroportos e hidrovias para escoar a produção, aumentar a produtividade das empresas e gerar empregos. ”

 

O estudo Transporte em Números mostra que os investimentos públicos federais em infraestrutura de transporte vêm caindo ano a ano. Entre 2012 e 2016, caíram de 0,25% para 0,18% do PIB. Em 2017, os índices de investimento pioraram ainda mais. Os desembolsos foram de apenas R$ 10,40 bilhões, representando apenas 0,16% do Produto Interno Bruto do país.

 

O Plano CNT de Transporte e Logística estima que é necessário cerca de R$ 1 trilhão para a solução dos problemas da infraestrutura no Brasil. Considerando o montante estimado para o investimento público federal em 2017, seriam necessários cerca de 100 anos para a realização de todas as intervenções identificadas pela CNT.

 

“Os dados do orçamento público deixam claro que o Estado não tem condição de realizar sozinho os investimentos necessários em infraestrutura. Cada vez mais, será preciso contar com a participação da iniciativa privada”, completou o presidente da CNT, Clésio Andrade.

 

Transporte rodoviário

Depois de sucessivas quedas entre 2014 e 2016, o fluxo de veículos nas rodovias concessionadas subiu 1,9% em 2017, retratando um crescimento de 2,2% no fluxo de veículos leves e de 1,1% no tráfego de veículos pesados.

 

Desde 2013, essa foi a primeira vez em que houve crescimento no fluxo de caminhões, refletindo uma pequena recuperação do setor rodoviário de cargas, principal meio de transporte de mercadorias no Brasil.

 

Insegurança – Em decorrência da grave crise econômica e do aumento de registros de roubos de cargas, no Rio de Janeiro, a recuperação do fluxo do transporte rodoviário, em 2017, está mais lenta e se mantém em índices negativos.

 

Licenciamentos – Em 2017, as empresas de transporte aumentaram ligeiramente o ritmo de aquisições de veículos para transporte de cargas e de passageiros. Nesse ano, foram registrados 88,62 mil licenciamentos de caminhões, ônibus e implementos rodoviários em todo o país. Esse é um crescimento de 4,4% em relação a 2016, mas os números ainda são muito inferiores aos 154,58 licenciamentos registrados em 2013.

 

A queda no número de licenciamentos afetou o tamanho e a idade da frota nacional. Em 2017, a frota circulante total de veículos aumentou 1,2% se comparada com 2016. Contudo a frota de caminhões teve crescimento insignificante (0,2%), e a de ônibus registrou queda de 0,9%.

 

Esse resultado deve se reverter nos próximos anos, já que o licenciamento de caminhões, ônibus e implementos rodoviários no Brasil cresceu 4,4% entre 2017 e 2016.

 

Ônibus e caminhões mais velhos – A idade média dos caminhões passou de 10 anos e 3 meses em 2016 para 10 anos e 8 meses em 2017. Na frota de ônibus, a idade média passou de 9 anos e 11 meses para 10 anos e 2 meses de 2016 para 2017.

 

Outros dados do estudo Transporte em Números

Desemprego – Em relação ao estoque de empregos, o setor transportador vem apresentando desempenho semelhante ao conjunto da economia nacional.

 

Desde 2014, o número de vagas formais vem caindo, sendo que, no ano passado, o ritmo de fechamento de postos de trabalho foi menos intenso do que nos três anos anteriores.

 

O setor de transporte, armazenagem e correios encerrou 2017 com 2,33 milhões de vagas de emprego, sendo que 67,5% desses postos de trabalho estavam registrados no transporte rodoviário.

 

Ociosidade  – Os dados indicam que ainda há um elevado nível de ociosidade nas empresas transportadoras, situação que se reverterá apenas quando a atividade econômica atingir ritmo mais intenso com incremento relevante no volume de serviços de transporte.

 

Inflação – Em 2017, enquanto a inflação brasileira ficou em 2,95%, o grupo do transporte atingiu 4,10% no IPCA calculado pelo IBGE. Esse resultado foi puxado pelo preço dos combustíveis, que registrou alta de 8,9% após a mudança nas alíquotas de PIS e Cofins. A gasolina subiu 10,32% e o diesel 8,35%.

 

Esse aumento de custos teve impacto nos preços dos serviços de transporte. As passagens de ônibus intermunicipais subiram 6,84%, e as tarifas de ônibus urbanos subiram 4,04%.


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