Empresas investem em soluções de nicho, como mudanças ou marketplaces para garantir novos negócios em um futuro próximo; entre as tradicionais, estratégia é aumentar a carteira de clientes
De olho na retomada econômica que surge no horizonte, empresários do ramo logístico começam a ajustar operações para tentar sair à frente quanto os negócios voltarem a esquentar. Com investimentos milionários e novas praças de atendimento, o plano é ganhar o mercado perdido pelas grandes durante a recessão.
A franca expansão do e-commerce, com destaque para os marketplaces, o avanço forte do agronegócio e o interesse de varejistas e industriais de chegarem nos locais mais afastados do País formam um cenário positivo para o ramo logístico, mas é preciso mais do que apenas esperar a demanda bater à porta. “Temos um mercado extremamente competitivo dentro da logística, mas ganha quem oferecer preços e capilaridade”, resume o professor de logística e doutor pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Ricardo Castanho Gomes.
Depois de elevar o faturamento em 33% entre janeiro e julho, a paranaense Cargolift já se prepara para a retomada econômica. Segundo o CEO da empresa, Markenson Marques, o volume de crescimento deve aumentar ainda mais até dezembro. “Estamos bastante otimistas, calculando 40% de aumento no faturamento deste ano”, conta.
Para dar conta desse aumento de demanda o executivo, que em janeiro deste ano abriu uma filial em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, prevê novos investimentos. “Por esta razão investimos R$ 25 milhões em renovação de frota no início deste ano e pretendemos investir mais, vislumbrando, obviamente, crescimento”, destaca.
Na avaliação de Marques a empresa trabalha na prospecção de novos contratos, aumento de volumes nos clientes corporativos, foco nos fretes em rotas de melhor produtividade e serviços personalizados em soluções logísticas.
Como exemplo o diretor comercial da transportadora, Ramon Fressato Henche citou novos negócios. “Finalizamos as negociações com a japonesa Denso, para a qual a Cargolift fará o transporte de contêineres a partir deste semestre. Isso representará pelo menos mais 5% de crescimento no faturamento de 2019, e é com este aumento que bateremos os 40% do ano”, anuncia.
A Cargolift possui 13 unidades em operação no Brasil, com abrangência de Pernambuco ao Rio Grande do Sul. Em outubro entrará em funcionamento a nova unidade em Osasco, São Paulo, especializada em produtos químicos.
Outras vertentes
Com o foco em mudanças residenciais, comerciais, eventos e armazenagem, a Millenium Transportes e Logística também vê aumento na demanda já no curto prazo. Com faturamento anual na casa dos R$ 30 milhões, a previsão é crescer de 20 a 30% até o final do próximo ano, a partir da expansão dos negócios e os investimentos em tecnologia.
Com 35 caminhões na frota, o sócio fundador e CEO da Millenium, Laercio E. Silva, conta que a empresa tem refinado todo processo de transporte e armazenagem para otimizar a operação e dar mais eficiência.
Atendendo o mercado de carga fracionada, principalmente de marketplaces, a transportadora mineira TCL Logística quer aproveitar o crescimento dos pequenos vendedores online para crescer. “Vamos realizar um investimento de R$ 15 milhões nos próximos dois anos para incorporar caminhões, vans e motos para atender os mercados de São Paulo e Rio de Janeiro”, conta ele.
Hoje a empresa atua apenas na região metropolitana de Belo Horizonte, mas deve inaugurar operações físicas em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Goiânia ainda este ano.“
Estamos otimistas porque nos últimos anos, mesmo com o País em recessão, conseguimos crescer na casa dos 35%. Isso nos deu força para desenhar a entrada em novos mercados com confiança de que a demanda nos acompanhará nessas novas praças”, disse o executivo ao DCI.
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