Depois que a Petrobras anunciou reajuste de 13% para o óleo diesel no fim da semana passada e em meio à iminência de novas greves de caminhoneiros, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já prepara a publicação de uma nova tabela de frete rodoviário para cargas nos próximos dias.
O comunicado da agência, divulgado no sábado, causou temor no setor produtivo de que a próxima tabela aumente mais ainda os custos com a contratação de frete.
A alegação da Petrobras foi que os preços estavam congelados havia 60 dias. No sábado, a União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC) prometeu que fará novas paralisações após o feriado de 7 de setembro. Já a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) descartou novas greves, mas disse, por nota, que solicitou à Casa Civil audiência para cobrar do governo o cumprimento da Medida Provisória 838, mantendo a subvenção de R$ 0,46 do valor do diesel até o fim do ano.
Como efeito, no mesmo sábado, a ANTT divulgou comunicado dizendo que publicará nova tabela, em cumprimento à lei do frete mínimo, sancionada em agosto pelo presidente Michel Temer como parte do acordo para cessar as greves de caminhoneiros que afetaram o país no fim de maio.
A Lei 13.707, que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, prevê que sempre quando houver oscilação no preço do óleo diesel no mercado nacional superior a 10% em relação ao preço considerado na planilha de cálculos, a ANTT terá que publicar nova resolução com novos pisos mínimos, considerando a variação no preço do combustível.
O aviso da agência provocou reações imediatas da classe empresarial. Edeon Vaz, diretor-executivo do Movimento Pró-Logística da Aprosoja-MT, entidade que representa os produtores de soja de Mato Grosso, diz esperar um reajuste para mais também nos valores da tabela. "Vai piorar o valor do frete com certeza. Não tem uma ação do governo que não seja para piorar a questão do frete", avaliou.
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