O planejamento que começou a ser traçado pela gestão José Serra (PSDB) abrange também estradas do interior, como a SP-95 (de Jaguariúna a Amparo) e a SP-320 (de Mirassol até a divisa com Minas), além da antecipação dos trechos leste e norte do Rodoanel.
Os projetos têm duas conseqüências diretas para os usuários: de um lado, obras de ampliação e de melhoria em vias saturadas; de outro, pedágios.
Os estudos começaram a ser preparados para dar continuidade ao programa de concessões, que, neste semestre, após seguidos atrasos, terá licitações para repassar à iniciativa privada o sistema Ayrton Senna/ Carvalho Pinto, a D. Pedro 1º e trechos da Raposo Tavares e da Marechal Rondon.O secretário dos Transportes, Mauro Arce, afirma ainda não ter detalhes (como obras ou pedágios) porque os técnicos estão na fase de detalhamento do tráfego, mas que a meta é fazer as novas concessões a partir de 2009. Ele declara considerar estratégicas as vias que levam às praias.
“As pessoas que vão ao litoral não usam a estrada só para ir. Usam para ir, para voltar e para ficar. Até para comprar pizza pegam a estrada“, disse Arce, ao justificar a ampliação viária mediante concessão privada.
Na Rio-Santos, parte da estrada está sob gerência estadual e a outra parte, federal (de Ubatuba ao Rio de Janeiro).
Uma das prioridades citadas por funcionários do Estado a executivos de construtoras é a via que liga São Sebastião a Caraguatatuba. A concessão da Tamoios chegou a ser incluída na etapa que envolvia a Ayrton Senna, mas foi retirada do programa sob a alegação de que os altos investimentos previstos não atrairiam interessados.
Segundo técnicos, ficou definido que a gestão Serra deve iniciar por conta própria as obras no trecho do planalto, podendo caber à iniciativa privada a duplicação na serra.
O presidente da ABCR (associação que representa as concessionárias), Moacyr Duarte, diz que a proposta de concessão de rodovias no acesso ao litoral norte é atrativa devido ao volume excessivo de tráfego à beira-mar, mas adianta prováveis obstáculos: problemas ambientais e os custos dessas obras.
Hoje, SP tem 3.500 km de rodovias concedidas, de um total superior a 20 mil km. No caso do Rodoanel, Arce diz que planeja começar a concessão do trecho leste (do ABC até a Dutra) no final deste ou no próximo ano e também adiantar um pedaço de 28 km do trecho norte, até a Fernão Dias.
Pela proposta, a iniciativa privada faria a obra em troca da cobrança futura de pedágio, diferentemente do que ocorreu com as alças oeste e sul.
O trecho oeste foi construído pelo Estado e inaugurado em 2002, mas foi concedido neste ano ao grupo CCR e terá pedágio a partir do final do ano. O trecho sul está em obras, com término previsto para 2010. Oficialmente a gestão Serra ainda não confirma, mas seus técnicos afirmam que também haverá postos de cobrança.
“É possível terminar a obra inteira do Rodoanel no final de 2013, ou seja, antes da Copa do Mundo, com um cronograma exeqüível“, declara Arce. A última parte do trecho norte é considerada a mais delicada por razões ambientais -abrange 9 km de túneis.
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