São Paulo sofre redução de 56% da previsão de gastos com investimentos em 2017
Compartilhe
03 de Maio de 2016 – 02h01 horas / O Estado de S.Paulo

O prefeito Fernando Haddad (PT) reduziu em 56% a previsão de gastos com investimentos em 2017. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada à Câmara Municipal na semana passada estima em R$ 2,9 bilhões a receita com novas obras e programas municipais. Na LDO do ano passado, esse valor foi fixado em R$ 6,6 bilhões. A crise econômica e as incertezas do atual cenário político explicam o pessimismo do governo, em pleno ano eleitoral.

 

No geral, expectativa é de que as receitas alcancem R$ 50,3 bilhões em 2017, valor semelhante ao previsto na LDO do ano passado e menor do que o Orçamento aprovado para este ano, de R$ 54,4 bilhões, sem levar em consideração a correção monetária do período – a inflação oficial foi de 10,67% em 2015.
Se o planejamento se confirmar para a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), em dezembro, o próximo prefeito terá dificuldades financeiras para colocar as metas em prática.

 

No cargo desde 2013, o petista enfrenta problemas para avançar em áreas consideradas essenciais, como transporte e habitação. Sem os prometidos recursos do governo federal, só 66 dos 150 quilômetros de corredores de ônibus, por exemplo, estão em obras e apenas 8,5 mil das 55 mil unidades habitacionais prometidas foram entregues. O projeto em análise pelos vereadores coloca como metas prioritárias para o próximo ano a continuação de intervenções já em andamento, como as ações de combate a enchentes e a construção de unidades educacionais.

 

O secretário municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico, Rogério Ceron, afirma que a estimativa de investimentos proposta pela Prefeitura não é pessimista, mas conservadora e derivada da suspensão nos repasses do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Poderíamos ter previsto R$ 10 bilhões do PAC, que é o que temos para receber em convênios, mas optamos em ser prudentes para não passarmos uma imagem que não corresponde à realidade”, diz.

 

Apesar da “prudência”, o projeto de lei prevê transferências do governo federal que somam R$ 1 bilhão – quantia superior à repassada ao Município ao longo dos três primeiros anos de governo de Haddad e não existe garantia de realização.

 

Ceron reconhece que, por enquanto, não há sinais de que a crise será superada a curto prazo. “Seria um equívoco sinalizarmos que o ano de 2017 será maravilhoso. Essa retração na economia do País é sem precedentes e se reflete nas contas de Estados e municípios. Muitos nem estão conseguindo arcar com suas despesas de custeio, o que não é o caso de São Paulo, vale ressaltar.”

 

Mudanças. Os números apresentados pela gestão Haddad no projeto de lei ainda podem ser alterados até o fim do ano. Tradicionalmente, esse é um procedimento adotado durante os debates realizados na Câmara Municipal. Costumam ser ampliados, por exemplo, os recursos destinados às subprefeituras e à Secretaria Municipal de Assistência Social.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.