A produção da indústria brasileira abriu o ano de 2024 em queda. O indicador caiu 1,6% janeiro, ante dezembro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda ocorre após uma revisão para cima do resultado de dezembro. A alta, que tinha sido divulgada inicialmente como 1,1%, foi ampliada para 1,6%. Antes disso, a indústria tinha ficado estável em outubro e subido 0,6% em novembro, na série frente ao mês imediatamente anterior.
O desempenho de janeiro ficou acima da mediana das estimativas de 25 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, de retração de 1,7%, livre dos efeitos sazonais. As projeções iam de queda de 2,3% a alta de 0,3%.
A queda de 1,6% foi a mais intensa desde abril de 2021, quando a produção tinha recuado 1,9% contra o mês anterior e ainda no segundo ano da pandemia. O recuo de janeiro também veio após duas altas seguidas: novembro (0,6%) e dezembro (1,6%). De agosto a dezembro de 2023, o setor industrial acumulou alta de 2,9%.
Ao longo de 2023, a indústria teve quatro taxas negativas, duas estabilidades e seis taxas positivas.
Na comparação com igual mês em 2023, a produção industrial subiu 3,6% em janeiro. Por essa base de comparação, a expectativa mediana do mercado era de alta de 3% do indicador, conforme levantamento do Valor Data. As projeções iam de alta de 1,9% a alta de 4,6%.
A indústria acumula crescimento de 0,4% nos 12 meses até janeiro. Com esses resultados, o setor ainda se encontra 0,8% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,5% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Categorias
Duas das quatro grandes categorias do setor industrial pesquisadas pelo IBGE tiveram queda na atividade em janeiro frente a dezembro, enquanto outras duas tiveram alta.
Categoria com maior peso na indústria, os bens intermediários tiveram queda de 2,4% de sua produção em janeiro, ante dezembro. Frente a janeiro de 2022, a atividade subiu 4,8%. Os bens intermediários representam 55% da indústria.
O resultado de bens semi e não duráveis também foi de retração, de 1% em janeiro, frente a dezembro. Na comparação anual, com janeiro de 2022, houve aumento de 2,6%.
Por outro lado, os bens de capital tiveram alta de 5,2% em janeiro, ante dezembro. Foi a maior alta para o indicador desde agosto de 2023 (5,4%). Na comparação com janeiro de 2022, a produção avança 0,4%.
A produção de bens duráveis, por sua vez, subiu 1,4% em janeiro, frente a dezembro. Na comparação com janeiro de 2022, o indicador teve aumento na mesma magnitude.
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