O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), conhecido como “prévia do PIB”, registrou alta de 1,17% em julho, confirmando cenário favorável para a atividade brasileira e surpreendendo o mercado, que esperava acréscimo de 0,30%.
Ao CNN Brasil Business, economistas disseram que o resultado divulgado nesta quinta-feira (15) reforça o início sólido da atividade doméstica no segundo semestre e vai à contramão da expectativa de um ritmo de desaceleração no ritmo de crescimento da economia.
“O número reflete forte aumento dos serviços, que se beneficiaram da alta de transportes de carga e alojamento e alimentação, bem como do aumento na produção de alimentos e produtos derivados do petróleo dentro da indústria”, apontou o Banco Original.
“O mercado esperava um número mais fraco que indicasse uma trajetória de desaceleração no ritmo de crescimento, principalmente devido à surpresa negativa com a Pesquisa Mensal do Comércio que foi divulgada ontem (14/09), mostrando queda de 0,8% nas vendas em julho em relação ao mês anterior”, destacou Laura Moraes, economista da Neo Investimentos.
Já Rodolfo Margato, economista da XP, disse acreditar que uma melhoria acentuada na produção agrícola mensalizada e fortes resultados líquidos do setor externo podem ter exercido contribuição relevante.
“Em suma, os números do IBC-Br corroboram a visão de que a atividade doméstica iniciou o segundo semestre a um ritmo bastante sólido de crescimento”, declarou.
Também nesta quinta, a equipe econômica do governo federal elevou a previsão oficial para o desempenho da atividade econômica neste ano de 2% para 2,7%, segundo dados da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia
A XP afirmou que mantém a expectativa de que o PIB do Brasil crescerá 2,8% em 2022 e 1,0% em 2023. Já André Perfeito, economista-chefe da Necton, disse que não irá revisar a projeção sobre a atividade de 2022, que deve ser impactada ainda pelo aumento do Auxílio Brasil, mesmo com o resultado positivo do IBC-Br.
“O resultado surpreendeu, veio muito acima pelos serviços, mesmo com a decepção da PMC. É um bom número, mas não fará com que façamos revisão sobre o PIB, mantendo em 2,5% o crescimento deste ano”, pontuou o economista.
“Temos que esperar o resultado de agosto, quando vão começar a ser sentidos os auxílios, que devem criar espaço para melhoras mais para frente”, completou.
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