Prejuízo com chuvas em São Paulo pode chegar a R$ 110 milhões
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Impacto calculado pela FecomercioSP leva em consideração fatores como lojas fechadas, deslocamento dos funcionários afetado e uma menor circulação de clientes

As fortes chuvas impactaram de forma profunda as atividades produtivas na segunda-feira (10) em vários pontos do Estado de São Paulo, sobretudo na região metropolitana. Como consequência, isso deve gerar um prejuízo de R$ 110 milhões para o comércio da região.

O cálculo feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) leva em conta os setores sensíveis à compra por impulso, como supermercados, farmácias, vestuário, lojas de artigos esportivos, de livros e revistas, etc.

Diversos locais sofreram com vias alagadas e transporte público limitado, como a capital, Osasco, Guarulhos e as cidades do ABCD. Com isso, três fatores devem resultar no impacto econômico para o setor:

– Muitos trabalhadores não conseguiram chegar às lojas onde trabalham, chegaram atrasados ou não conseguiram sequer sair de casa.

– As fortes chuvas, as enchentes e os problemas com transporte público reduziram a circulação de pessoas nos comércios, compradores que geralmente passam nas lojas no horário de almoço ou no fim do expediente, por exemplo. Essas compras por impulso respondem por uma parte do resultado do comércio. Isso afeta menos as vendas de eletrodoméstico ou carros, que são compras programadas e que, nesse caso, foram adiadas.

– Muitos varejistas não abriram as lojas, prevendo um dia mais fraco de vendas e com pouco retorno, ou ainda que não teriam funcionários suficientes para atender todos os clientes.

Avaliação do dia em comparação ao mês

Esse montante de R$ 110 milhões representa 11% de tudo o que o varejo das quatro regiões vende em média por dia no mês de fevereiro – ou 0,4% das vendas de um mês.

A FecomercioSP entende que a situação crítica tende a ser pontual, pois, segundo previsão meteorológica, mesmo com a indicação de dias chuvosos pelo resto da semana, isso não deve ocorrer na mesma magnitude que atingiu a região na madrugada desta segunda e que se prolongou por grande parte do dia. Com isso, o impacto mais expressivo na economia deve se concentrar apenas nessa data.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) paralisou as atividades nesta segunda em decorrência dos alagamentos. Segundo os cálculos da FecomercioSP, o prejuízo no local deve chegar em torno de R$ 21 milhões. O faturamento anual da companhia é de aproximadamente R$ 7,8 bilhões. A Ceagesp é uma grande central de abastecimentos e comercialização de produtos como frutas, legumes, verduras, etc.

As chuvas e as enchentes não devem ter um impacto sobre os preços – na inflação –, como houve durante a greve dos caminhoneiros em maio de 2018. Em princípio, a produção no interior do Estado não foi afetada. De outra forma, isso poderia agravar a situação e diminuir a oferta de produtos, aumentado os preços.


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