Esse centro terá a função de controlar e gerenciar o trânsito e o transporte público paulistanos. Os dados serão transmitidos por meio de uma rede de mil quilômetros de fibra ótica, conectando semáforos, centros de controle de tráfegos de área (CTAs) e a Cimu, que ficará em um prédio já usado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) na Rua Bela Cintra, na região central.
Por meio desse sistema, a gestão Fernando Haddad (PT) espera tornar mais eficiente a interface entre a São Paulo Transporte (SPTrans), responsável pela rede de ônibus, e a CET. Com a modernização dos semáforos, por exemplo, os cruzamentos poderão se programar por conta própria, favorecendo os fluxos das vias que estiverem mais carregados em determinado momento.
“Há uma avaliação por parte dos técnicos da CET que isso pode aumentar em pelo menos 20% a velocidade na cidade de São Paulo. Então, esse é o ganho para o usuário“, disse Tatto. Hoje, só existem 105 cruzamentos “inteligentes“. À central também serão conectadas mil câmeras digitais, capazes de monitorar melhor o trânsito à distância.
Com elas, ambulâncias e bombeiros poderão ser acionados e deslocados com maior rapidez nos casos de acidentes viários. “Você olha numa central o viário, o que está acontecendo e, se tem um acidente, é evidente que, de imediato, você vai lá e atua. É um monitoramento centralizado e integrado“, explicou o secretário.
Em uma fase futura, o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), controlados pelo governo do Estado, deverão ser interligados à Cimu da Prefeitura, tornando mais eficiente o acionamento de ônibus da SPTrans durante as falhas em linhas do metrô ou ferroviárias.
“Você pode dimensionar a quantidade de usuários prejudicados [no Metrô ou na CPTM] e a partir daí, já com planejamento, você disponibiliza a quantidade de ônibus necessária [para atendê-los]“, afirmou Tatto. “Mas isso é uma coisa mais de longo prazo. Vamos fazer o dever de casa primeiro que é a integração semafórica centralizada e com câmeras.“
O edital para a contratação de tecnologia necessária à implantação da Cimu deve ser publicado no mês que vem. A assinatura do contrato está prevista para agosto e o início das obras, que incluem instalação de fibra ótica, em setembro. As intervenções devem durar dois anos. Todo o projeto está orçado em cerca de R$ 300 milhões.
Protocolos – Ao longo da audiência, realizada no auditório do Instituto de Previdência do Município de São Paulo (Iprem), na zona norte, Tatto foi interpelado publicamente por representantes de empresas nacionais de fabricantes de sistemas de controle de tráfego. Eles questionavam o tipo de protocolo (mecanismo de troca de informação entre os semáforos e as centrais de trânsito) escolhido pela Prefeitura para operar a futura rede integrada.
Para eles, a opção pelo protocolo UTMC, que é aberto, poderá favorecer indiretamente duas empresas estrangeiras, Siemens e Peek, já especializadas nesse tipo de código, ao passo que as demais têm programas voltados para outros modelos de protocolo — existem vários deles no mercado, muitos fechados.
Mas Tatto disse que as empresas nacionais não serão prejudicadas. “Está tendo uma corrida tecnológica de eles abrirem o protocolo deles e não ser mais fechado. Eu tenho uma convicção de que as empresas nacionais, neste momento, estão correndo para deixar o protocolo aberto. Isso é bom, porque barateia o preço.“
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