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Porto paga o alto preço da falta de planejamento – SETCESP
Porto paga o alto preço da falta de planejamento
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30 de Abril de 2013 – 10h00 horas / Diário do Litoral
Falta de agendamento (os veículos descem sem uma previsão de descarregarem, pois os armazéns precisam ser esvaziados para receberem novas remessas de grãos); pequena capacidade de armazenagem; e burocracia na liberação de documentação.
Este é o diagnóstico que a professora do curso de Logística da Unimonte, Thaís Helena Perciavali Telmo Rodrigues, faz do caos que se instalou nas rodovias da Baixada Santista por conta dos caminhões que se dirigem ao Porto de Santos. O DL Porto&Negócios tem publicado uma série de opiniões de especialistas e acadêmicos sobre o tema.
“No primeiro bimestre do ano, o Porto teve um movimento recorde de 15,5 milhões de toneladas, o que foi 15% maior que o mesmo período do ano passado. Há que se ter um controle de acesso que só permita descer a serra veículos previamente agendados. O novo acesso à Santos Dumont tem previsão de três meses para ser concluído, até lá, ainda vamos ter problemas com congestionamentos. Novos terminais estão se instalando e próximos de iniciar as operações, o que só irá piorar a situação, pois a infraestrutura de acesso não acompanhou estes projetos”, afirma a professora.
Thaís Perciavali credita isso a falta de planejamento. Ela cita como exemplo o Estado do Mato Grosso, que tem uma previsão de produção da safra da soja de 5 milhões e 700 mil toneladas.
“Alguns produtores estão até estocando soja em armazéns por não terem vendido toda a produção, porém a nossa capacidade é de somente 30% de armazenagem de grãos. Esta safra vai até o fim de abril e a do milho até maio. A produção agrícola tem crescido seguidamente e a infraestrutura de acesso não acompanhou o mesmo ritmo, não houve um planejamento. Já o açúcar bateu recorde de exportações em março, com quase 2 milhões de toneladas, e a tendência também é de crescimento para os próximos meses”, ressalta.
Ferrovias
A professora considera o transporte ferroviário uma alternativa viável, mas a longo prazo. “Não há como construir ou ampliar ferrovias em curto espaço de tempo”, explica. E conclui: “O problema maior no acesso ao porto é a que ferrovia tem a mesma rota do transporte rodoviário, o que acaba também atrapalhando o trânsito nos momentos de manobras. Há que se investir mais neste tipo de modal, visto que é o mais barato e comporta um maior volume de carga”.
É preciso tirar os projetos do papel
Como evitar novas ocorrências de caos logístico no futuro? A professora Thaís Perciavali é direta: tirar projetos que já existem do papel, como as obras de infraestrutura de acesso para alargar as rodovias e a construção de viadutos de acesso ao porto sem que os mesmos passem por dentro da cidade. “O porto de Santos já está trabalhando 24 horas para liberar documentações de cargas e navios, o que já é um bom começo. Nos próximos três meses, teremos a conclusão do anel viário de Cubatão, que poderá diminuir os congestionamentos”, frisa.

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