A Pesquisa do Decope, com empresas transportadoras, constatou que a defasagem média entre os fretes praticados na carga lotação e os custos efetivamente apurados, por meio de uma planilha realista, situa-se, na média, em 17,6%.
Além das altas acumuladas dos insumos nos últimos 12 meses, contribuíram significativamente para este resultado, não apenas resíduos não repassados de reajustes anteriores, como também, o aumento médio de 10% do diesel que ocorreu em 30 de abril, bem como os acordos coletivos da categoria que geraram aumento médio de 7,5% nos pisos salariais.
Outros fatores contribuem para esta defasagem. Um bom exemplo são as condições das rodovias, que estão gerando, não apenas maiores custos por quilômetro rodado, como também, redução sensível na produtividade dos veículos.
A estas dificuldades, vieram se somar a elevação do custo com gerenciamento de riscos, o agravamento dos custos administrativos com a enorme burocracia gerada pela “guerra fiscal” entre os Estados e a própria necessidade de melhorar o nível do serviço prestado aos clientes, num mercado cada vez mais exigente.
O Transporte Rodoviário de Cargas que, por injunções de mercado, vem suportando, há muitos anos, notória defasagem nos fretes praticados, vê-se agora numa situação-limite, que exige pronta recomposição de suas receitas e margens. Só assim poderá realizar os investimentos necessários à modernização e ampliação da frota e de toda a sua infra-estrutura tecnológica e operacional. Caso contrário, poderá vir a se constituir em gargalo à retomada do crescimento econômico do país.
Diante disso, torna-se inevitável o realinhamento tarifário, que poderá ocorrer em níveis até superiores ao percentual médio divulgado, de 17,6%, dependendo das características de cada contrato. No entanto, como se trata de reajuste emergencial, poderá ser adotado o índice médio de defasagem, com posterior negociação mais técnica e detalhada, buscando a adequação a cada contrato de transporte e suas particularidades.
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