Pela nova lei, os caminhoneiros precisam ter no mínimo 11 horas de folga por dia. O tempo máximo no volante vai ser de quatro horas e, entre elas, um intervalo de meia hora pra descanso.
As mudanças estão gerando muitas reclamações da categoria. Segundo os caminhoneiros, falta segurança nas estradas para cumprir os períodos obrigatórios de descanso.
A nova determinação é para evitar os excessos de jornada, mas, na prática, vai ser difícil cumprir principalmente para quem faz viagens mais longas e para regiões sem infraestrutura rodoviária.
Luiz Henrique Oliani, gerente de logística de uma transportadora de São Carlos, disse que muitas vezes os caminhoneiros ficam horas aguardando a retirada de mercadoria. “O veículo viajou durante duas horas apenas, mas demora seis horas para ser recebido esse material, já deu o horário de trabalho do motorista. Ele não pode mais retornar com o veículo”, disse.
Atualmente, por um acordo informal entre a empresa e os motoristas, um motorista que sai sozinho, por exemplo, para fazer o trecho São Carlos-Santos, que tem 350 quilômetros, sendo seis horas de estrada, faz a viagem, almoça e volta no mesmo dia. Agora, com a nova lei, o mesmo trecho vai precisar ser feito por dois funcionários e, enquanto um descansa, o outro dirige.
Os sindicatos do setor prevêem aumento de 30% na oferta de vagas para caminhoneiros. “Profissionais qualificados, pois hoje você tem uma tecnologia embarcada no veículo para que você possa operar com segurança”, explicou o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros Claudinei Natal Pelegrini.
Eber de Oliveira, que é dono de uma empresa de fretes, levanta outra consequência da lei. Mais funcionários, maior o custo do frete. “O consumidor final que vai ter o acréscimo no valor do frete”, destacou.
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