Há quase um mês da greve dos caminhoneiros, representantes da categoria, dos setores industrial e do agronegócio reivindicam, em audiência pública no Senado, nesta terça-feira (26), o valor mínimo do frete rodoviário por quilômetro rodado. Apesar de ter sido anunciada pelo governo no fim de maio, a tabela continua sendo ignorada pelos setores produtivos. Com o valor desatualizado, transportadoras levam suas cargas a preços de mercado, mesmo correndo risco de sofrer punições.
A proposta, aprovada através da Medida Provisória 832/2018, faz parte do acordo entre o Legislativo, o governo e os motoristas, para por fim à paralisação. Com a MP, estão vigentes desde 30 de maio tabelas com preços mínimos para o transporte de cargas geral, a granel, frigorífica, perigosa e neogranel (mercadorias de carga geral, sem embalagem, transportada em lotes, como automóveis, por exemplo). No entanto, o tabelamento tem sido criticado pelos setores produtivos e foram impetradas mais de 50 ações contra a medida no Supremo Tribunal Federal (STF). Por outro lado, os caminhoneiros reclamam que, na prática, ele vem sendo desrespeitado.
Compõem o debate representantes da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM), do Sindicato dos Transportadores Rodoviários de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam) e de entidades representativas dos caminhoneiros e transportadores autônomos do Rio Grande do Sul, Ceará, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás e de outros estados.
Na semana passada, uma audiência convocada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), com lideranças dos caminhoneiros e representantes do setor produtivo término sem acordo. O encontro durou quase quatro horas, entretanto, terminou sem acordo. Ficou acertado, por sua vez, que as partes vão tentar chegar a um consenso sobre uma nova tabela de preços, que será apresentada ao ministro nesta quinta-feira (28).
Uma segunda audiência foi convocada para esta tarde, na Câmara dos Deputados. Contudo, será apenas com os patrões. Foram convidados representantes da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), do Movimento dos Transportadores de Grãos de Mato Grosso, da NTC & Logística, da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), da Federação das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo (Fetcesp) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
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