Muita inspiração com histórias reais de motoristas profissionais mulheres, que conquistaram o sonho de atuar na profissão que sempre desejaram. Foi assim o bate-papo na live do Vez & Voz, transmitido pelo do YouTube na manhã de ontem (27), também realizado em comemoração ao Dia do Motorista, que foi em 25 de julho.
Ana Jarrouge, idealizadora do Vez & Voz e presidente executiva do SETCESP, abriu a live agradecendo a todos que acompanhavam a transmissão e informando sobre dados apurados pelo Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC).
Os índices mostram que profissionais motoristas mulheres são menos de 3% nas empresas de transporte rodoviário de cargas. No país, cerca de 35% dos motoristas são mulheres.
“Apesar desses índices ainda serem baixos, estamos no caminho de mudar essa realidade. Transportadoras são unânimes em afirmar que as mulheres são mais prudentes e cuidadosas com os veículos. Por isso, elas estão cada vez mais dê olho na contratação destas profissionais”, avaliou Jarrouge.
A primeira a contar sua história foi Elizângela Morais, motorista de coleta e entrega na Princesa dos Campos. Ela falou que não é incomum chegar em uma empresa para fazer a coleta e confundirem o seu ajudante como sendo o motorista. “As mulheres ainda são subestimadas. As pessoas olham entre mim e ele, e quase sempre acham que ele é o motorista”, diz.
Giselle Ribeiro, motorista de manobra na Conlog, cresceu com esse desejo de exercer a profissão. Filha de caminhoneiro, ela conta que assumir o volante lhe dá a plena sensação de estar no controle da sua vida. “Amo muito minha profissão. E agradeço o apoio e acolhimento dos colegas, isso faz muita diferença.
Também com pai, e o avô motorista, Débora Saia, que dirige hoje um bitrem na Morada Logística, falou que primeiro iniciou em uma empresa de transporte coletivo de passageiros, no cargo de cobradora, mas já com a intenção de ser motorista.
Ela mudou a categoria da CNH. Conseguiu ser motorista de ônibus, mas na pandemia foi desligada e aí foi em busca de ser motorista de caminhão. Agora ela dirige um veículo de 9 eixos, e o seu marido, muito orgulhoso dela, também é caminhoneiro.
“Não desista, é uma profissão complicada, eu sei. Mas o gostoso é ser desafiada. É uma sensação de empoderamento incrível”, incentiva Debora.
Motorista de rodotrem na Giovanella Transportes, influencer que encoraja outras mulheres no volante, Cleusa Ximendes, compartilhou as dificuldades que teve para conseguir seguir essa carreira.
“Fiz muita faxina, trabalhando para ganhar dinheiro e tirar minha carteira de motorista. As coisas não vieram fáceis. Mas eu acredito que quando é difícil, e a gente consegue, a satisfação é muito maior”, conta Cleusa.
Para ela, a principal característica que uma mulher motorista tem que ter, fora o amor pela profissão, é o respeito. “Meninas aprendam, treinem com dedicação as manobras. Mas acima de tudo, o comportamento é essencial. Tenha comprometimento com o cliente e empresa que trabalha”, aconselha.
“Parabéns para vocês que estão sempre pela estrada e ao volante, ajudando a abastecer o país. Foi maravilhoso ver o orgulho que vocês têm de fazerem o que fazem. Sem dúvida a história de vocês incentiva outras mulheres”, concluiu Jarrouge.
voltar