Pesquisa recém-concluída pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e obtida com exclusividade pelo Estado revela que 57% das 658 indústrias consultadas em outubro prevêem queda nos investimentos em 2009, enquanto 27% das empresas declararam que vão manter as cifras e 16% planejam aumentá-las.
Nas últimas semanas, a redução abrupta no fluxo de financiamento que irrigava as empresas com recursos para capital de giro, investimento e crédito para exportação fez os dirigentes das indústrias frearem os planos de expansão. Até o dia 21 do mês passado, quando a coleta de dados foi concluída, 54% das companhias relataram dificuldades para obter crédito.
Trata-se de um cenário preocupante, principalmente porque as empresas de grande porte foram as que mais sentiram a trava no financiamento. A pesquisa aponta que, entre as indústrias maiores, metade informou que o acesso ao crédito estava “mais difícil“ e 25% delas, que estava “muito mais difícil“.
Segundo o economista André Rebelo, responsável pela pesquisa, outro dado que mostra que o aperto é generalizado é que 78% das companhias informaram que estavam pagando “mais caro“ ou “muito mais caro“ pelo crédito.
A Dedini, a maior fabricante de equipamentos para o setor sucroalcooleiro, suspendeu momentaneamente o investimento planejado para 2009 em novas fábricas no Centro-Oeste, onde usinas estavam em expansão. De acordo com a companhia, a capacidade atual das sete fábricas é suficiente para dar conta dos pedidos em carteira.
“Vamos deixar a poeira baixar“, diz Carlos Eduardo Garrocho de Almeida, diretor da Holcim, um das gigantes do cimento. Investimentos de R$ 1,5 bilhão numa nova fábrica e na expansão da unidade em Pedro Leopoldo (MG) estavam nos planos da companhia para 2009.
Apesar de não admitirem publicamente, indústrias do setor eletroeletrônico, que é movido a crédito, congelaram investimentos para 2009, temendo a desaceleração nas vendas.
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