Indústria dá 2014 como perdido e já olha para 2015/2016
Compartilhe
19 de Fevereiro de 2014 – 12h40 horas / Folha de S. Paulo

A indústria automotiva instalada no Brasil já olha para o biênio 2015/2016. Esse período é visto por executivos como o mais promissor desde o início da produção de veículos em grande escala no país, embora ainda haja grande preocupação com os desdobramentos das políticas de incentivo à produção local.

 

Combinadas à alta do dólar, as mudanças nas regras de importação nos últimos dois anos afetaram fortemente as principais empresas importadoras e levaram a uma onda de anúncios de novas fábricas. Marcas que planejavam produzir localmente tiveram de acelerar seus planos e antecipar anúncios, para obter cotas que viabilizassem a manutenção das operações no país.

 

Já as grandes fabricantes precisaram adaptar-se às normas do programa Inovar-Auto, modificando alguns de seus produtos e revendo projetos de futuros lançamentos.

 

Essas mudanças demandaram tempo de desenvolvimento e tiveram alguma influência sobre os resultados de 2013. O mercado interno, que teve seguidos recordes por uma década, sentiu esse efeito, que veio atrelado ao período de crédito restrito.

 

Contudo, as empresas já esperavam que a interrupção no ciclo de alta viesse a acontecer e sabem que a retomada não será imediata.

As previsões tímidas para os resultados de 2014, sempre justificadas pelos eventos que deverão prejudicar as vendas, mostram que a indústria automotiva vive um período de arrumação.

 

Esse movimento inclui a retomada do crédito, com financeiras oferecendo novas opções de planos para uma carteira de clientes menos propensa à inadimplência.

 

Tais consumidores já estão voltando às lojas motivados pela onda de lançamentos, principalmente de modelos de entrada. Com experiência anterior de crédito e bom histórico, são os que conseguem as melhores taxas e movimentam o mercado.

 

As montadoras precisam desse público e de mercados estrangeiros para escoar produção e evitar ociosidade. Pelas conversas com o governo, executivos esperam que acordos internacionais e políticas de incentivo às exportações sejam anunciados até o fim deste ano. Aí virá 2015, com novo ciclo de crescimento.

 

No próximo ano, o início da produção de algumas das novas fábricas nacionais irá unir os pontos: as empresas estarão adaptadas ao Inovar-Auto, os clientes terão motivos para ir às lojas e não haverá Copa nem eleições.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.