O economista Samy Dana, palestrou sobre como o cenário da economia atual reflete no setor
A manhã desta quarta-feira (10) foi de muitos esclarecimentos para quem acompanhou a Conjuntura Econômica 2021, com a apresentação do economista, Samy Dana, que traçou o panorama atual do transporte rodoviário de cargas no País e os possíveis caminhos para uma retomada.
O evento, o primeiro realizado na entidade desde o começo da pandemia, ocorreu de forma híbrida com poucos convidados presencialmente, mas com uma enorme presença digital nas mídias, sendo acompanhado por mais de uma centena de pessoas.
Ana Jarrouge, presidente executiva do SETCESP, abriu a Conjuntura Econômica falando que a motivação em realizá-la é porque a entidade permanece comprometida em levar informação relevante a todos os transportadores.
Em seguida, o presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, Tayguara Helou, detalhou a estrutura do novo auditório e convidou a tribuna o palestrante do dia.
No palco, Samy Dana, que além de economista também é professor universitário com PHD em Business, mostrou os dados do último Boletim Focus com os indicadores do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), PIB (Produto Interno Bruto), Câmbio e Selic.
“De todos esses dados, o mais imprevisível é o Câmbio, que está atrelado a política econômica. O que posso dizer é que, se conseguirmos respeitar o teto de gastos, diminuir a dívida pública e fazermos as reformas, o jogo muda e ganhamos em eficiência”, disse Dana.
Sobre a alta dos combustíveis, o economista comentou que em alguns países acontece o tabelamento dos preços, entretanto, ele enxerga isso como uma prática ineficaz. Também apontou que o preço dos insumos está relacionado a alta do dólar e voltando-se novamente para o tema “diesel”, revelou que o preço nacional ainda está defasado, em cerca de 20% em relação ao preço internacional, e por essa razão pode-se esperar novas altas.
Questionado por um dos espectadores virtuais se é a favor ou contra a Política do Piso Mínimo de Frete, Dana foi enfático em se posicionar contrário. “Isso deve cair na informalidade, já tivemos experiência de outros tabelamentos que não deram certo”.
Concordando com o economista, Helou também disse ser contrário “o mercado não segue, não há uma fiscalização, e ainda, abre-se viés para uma ação contenciosa”.
Outro ponto que chamou a atenção, foi quando o economista apresentou o índice de produtividade brasileira, que é bem abaixo de países como Chile e Argentina, por outro lado ele indicou que somos um dos países mais aberto para investimentos. “Temos uma característica interessante, somos um País de grande receptividade, e quem é receptivo está sempre disposto a mudar de hábitos”. Entretanto, ele lembrou que a falta de mão de obra qualificada e a burocracia ajudam a afastar os investidores.
Segundo ele, para o TRC crescer é preciso olhar as boas práticas, lutar por uma melhor infraestrutura e pela realização de reformas, tanto administrativa quanto tributária, o que pode ser feito junto as entidades de classe.
Ao concluir, Helou lembrou aos empresários que “os desafios da logística no Brasil também trazem oportunidades”.
85 anos do SETCESP
Antes de iniciar o evento, também foi comemorado os 85 anos completados pela entidade. Na ocasião, os três últimos presidentes da casa: Urubatan Helou, Franscisco Pelucio e Manoel Sousa Lima Jr. fizeram discursos em homenagem ao SETCESP.
Uma escultura feita pelo artista plástico, Tércio Gomes, em pedra sabão com o formato do prédio do Palácio dos Transportes foi inaugurada, assim como o complexo do novo auditório.
Já com a palavra, o atual presidente do SETCESP lembrou da história da entidade e dos outros ex-presidentes da casa que ajudaram a tornar o TRC mais eficiente, começando por Manoel Diegues, em 1936.
“A entidade de classe tem papel fundamental para mudar o ambiente de negócio, a união dos empresários que ela representa é o que garante a oportunidades para que possamos falar das tão sonhadas reformas que esse País precisa” destacou Urubatan Helou, em seu discurso.
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