ESG cresce no Brasil e 64% das empresas já consideram sustentabilidade como prioridade estratégica
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As empresas brasileiras evoluíram em sua jornada ESG, mas o amadurecimento do tema ainda enfrenta obstáculos estruturais e estratégicos.

É o que revela o estudo A Maturidade ESG nas Empresas Brasileiras: Avanços e Desafios 2024, conduzido pela Beon ESG e Aberje, com base em entrevistas realizadas com 401 líderes de médias e grandes corporações do país.

O levantamento indica que 51% das empresas possuem uma estratégia de sustentabilidade formalizada, um crescimento de 14 pontos percentuais em relação a 2021. Ainda assim, lacunas persistem na adoção de métricas robustas, integração ESG à governança e transparência na comunicação dos resultados.

A pesquisa demonstra que a sustentabilidade corporativa deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade estratégica. No entanto, há um descompasso entre a adoção de compromissos públicos e sua implementação concreta.

Se, por um lado, 59% das empresas já realizam mapeamento de stakeholders, por outro, apenas 20% publicam relatórios de sustentabilidade, evidenciando desafios na mensuração e no reporte das práticas ESG. Isso, frequentemente, está associado ao fato de que líderes não sabem como medir esse impacto.

Engajamento de stakeholders: da teoria à prática

A incorporação do ESG nas empresas brasileiras tem se expandido, sobretudo no relacionamento com stakeholders. O estudo revela que 59% das organizações já possuem um processo estruturado de mapeamento e engajamento de suas partes interessadas, um aumento de 12 pontos percentuais em relação a 2021.

Esse avanço é mais acentuado em setores voltados ao consumidor final, como comércio e serviços, onde a preocupação com a percepção pública tem impulsionado práticas mais transparentes.

Entretanto, a estruturação desses processos ainda apresenta limitações. Apenas 31% das empresas afirmam ter um modelo bem definido de engajamento, que inclui estratégia, processos e gestão de resultados. O restante opera com abordagens fragmentadas ou pouco estruturadas.

O desafio reside na consolidação de mecanismos de diálogo contínuo, que permitam alinhar as expectativas do mercado e fortalecer a resiliência organizacional.

Governança ESG: consistência e comprometimento

A institucionalização do ESG nas empresas avança, mas a governança desse tema ainda carece de estrutura consolidada. Apenas 39% das empresas possuem uma área formal dedicada à gestão ESG, e, dentro desse grupo, 34% reportam metas de sustentabilidade ao RH.

Esse dado reforça a conexão entre sustentabilidade e cultura organizacional, mas também evidencia a necessidade de integração com as instâncias de decisão estratégica.

Além disso, a avaliação de materialidade, uma ferramenta essencial para direcionar investimentos e esforços ESG, está presente em apenas 27% das empresas. Entre aquelas que possuem uma estrutura formal ESG, 57% realizam essa avaliação, indicando que há um caminho a ser percorrido para que esse processo se torne um padrão de mercado.

A ausência de um alinhamento claro sobre as prioridades socioambientais compromete a capacidade das empresas de transformar compromissos ESG em impactos mensuráveis e sustentáveis.

 

 


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