A Prefeitura de São Paulo restringiu a circulação de caminhões no centro expandido da cidade, uma área de 100 km quadrados. Caminhões de até 6,3 metros de comprimento (Veículos Urbanos de Carga, VUCs) só podem circular na área de restrição das 10h às 16h e das 21h às 5h, obedecendo a um sistema de rodízio, de segunda a sábado. Os de placa com final par circulam nos dias pares. Placas de final ímpar circulam em dias ímpares. Já os caminhões grandes e médios ficaram proibidos de circular no centro expandido das 5h às 21h de segunda a sexta-feira. No sábado, a proibição vale de 10h às 14h. Com as medidas, a expectativa da prefeitura era melhorar o trânsito paulistano, tirando 20% dos 126 mil caminhões que circulam diariamente nos horários de pico por essas regiões.
Na avaliação de Luis Fernando Veiga, diretor executivo da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o impacto não foi relevante. “Conversei com executivos de oito shoppings e me surpreendi com as respostas. Para todos, as novas normas não trouxeram mudanças significativas. Houve aumento na carga noturna, mas eles acabaram adaptando sua disciplina de entrega“. A Zaffari, dona do Shopping Bourbon, inaugurado este ano na zona leste da cidade, informa, por meio de assessoria, que “a lei não afetou o funcionamento do serviço de entregas, uma vez que este sempre foi feito em horários alternativos desde a sua inauguração“.
Segundo Marcos Sérgio de Oliveira Novaes, superintendente do Centro Comercial Leste Aricanduva, com as novas normas houve um aumento de 60% da frota de caminhões por noite. O Centro Comercial é formado pelos Shoppings Leste Aricanduva, Interlar Aricanduva e Auto Shopping Aricanduva. Com as novas medidas de restrição, a circulação noturna de caminhões nas docas atingiu mil caminhões por mês.
Para Novaes os mais atingidos foram as grandes lojas, como supermercados, lojas de eletrodomésticos e as concessionárias localizadas no Auto Shopping. “Não apuramos o percentual de aumento dos custos logísticos. Mas sei que estas operações tiveram custos adicionais em virtude, principalmente, do aumento dos custos de horas extras“. O superintendente do Centro Comercial Aricanduva apóia as medidas da prefeitura. “É um mal necessário. Aumentaram os custos e o empreendimento teve que se adaptar.“
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