Empresários do setor de transporte de cargas de Mato Grosso se reuniram mais uma vez com o secretário de Estado de Segurança Gustavo Garcia para discutir a questão dos roubos de cargas a convite do Sindicato de Empresas de Transporte de Cargas no Estado de Mato Grosso (Sindmat).
Na reunião, que aconteceu no auditório do Sest Senat na última quinta-feira (19), em Cuiabá, o presidente do Sindmat, Eleus Vieira de Amorim, destacou a necessidade de maior uso do setor de inteligência da polícia para inibir tanto os criminosos que invadem depósitos ou rendem os motoristas e roubam os produtos quanto os receptadores. “Só existe o roubo de carga porque tem quem compra os produtos roubados. Nós precisamos combater efetivamente isso”, frisou.
Eleus Amorim ponderou ainda que a maioria dos roubos de cargas no estado é praticada pelo crime organizado. “O que nós esperamos é uma atitude mais positiva da inteligência da polícia, porque o crime organizado está instalado no estado do Mato Grosso”, ressaltou.
Também presente na reunião, o delegado da Polícia Judiciária Civil do estado de Mato Grosso e vereador Marcos Aurélio Veloso foi incisivo ao cobrar da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp/MT) ações mais eficazes para combater o crime organizado como delegar a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) a investigação dos casos de roubos de cargas. “O GCCO tem capacidade, tem policiais altamente competentes para dar uma resposta a exemplo do que aconteceu com os assaltos a banco conhecidos como novo cangaço”, cobrou Veloso.
O secretário Gustavo Garcia assegurou estar atuando em duas frentes de trabalho para inibir as ações criminosas contra os roubos e furtos de cargas no estado. “O primeiro caminho é a prevenção. Fazer tudo possível para que não ocorra. Estamos trabalhando nessa frente preventiva com inteligência, prevenção e pró-atividade”, afirmou.
De acordo com o gestor, a segunda frente de trabalho é identificar as autorias dos delitos. “Nessa segunda frente, vamos identificar os autores e apurar as circunstâncias. É fundamental que a Polícia Judiciária esteja forte para fazer a repressão. Mas, não depende só da PJC para ter essa repressão qualificada. É um sistema de justiça criminal que envolve Poder Judiciário, Ministério Público e sistema penitenciário”, destacou.
Na sequência, Gustavo Garcia afirmou que já existe uma força tarefa na Sesp/MT com atuação na parte preventiva e na parte ostensiva, reforçando o atendimento aos roubos e furtos contra as transportadoras de cargas. Disse ainda que em relação às rodovias estaduais, há um alinhamento para que alguns postos de trabalho do Batalhão Estadual de Trânsito sejam reativados, intensificando o policiamento nas barreiras.
Garcia também falou sobre o Pacto Integrador. “Ele envolve todos estados do Centro Oeste, e dele surgiu o Pacto de Segurança para reforçar o policiamento nas divisas. Não se faz enfrentamento de roubos de cargas sem que se fortaleçam as divisas. Vai ser visível essa atuação mais efetiva das forças de segurança”, assegurou.
Por fim, esclareceu que o GCCO vem atuando no combate ao roubo de cargas e que em seis meses foram presos 121 criminosos. “Isto é fruto de um trabalho permanente com a Polícia Civil, e agora com apoio de forma integrada com a Polícia Federal. Outra inovação que estamos fazendo é a criação de um escritório de trabalho onde atuam delegados e investigadores da Polícia Judiciária Civil e da PF, juntos no mesmo espaço para combater roubo a banco. Inclusive já falei com o superintendente responsável pela gerência de crime organizado da PF para também empreender uma força tarefa contra o roubo de cargas.
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