Economia deve continuar a operar com incerteza elevada até fim do ano, diz FGV
Compartilhe

Economista da entidade comentou que, desde 2015, o indicador de incerteza já se posicionava alto

A economia brasileira deve continuar a operar com incerteza elevada, acima da média, até o fim do ano, nas palavras da economista Anna Carolina Gouveia, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Ela fez a observação ao comentar a queda de 16,7 pontos do Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), para 173,6 pontos em junho.

A economista avalia que a queda oferece pouco alívio para o cenário de incerteza do mercado em relação à atividade brasileira. Isso porque, mesmo com a elevação, o indicador apresenta pontuação muito elevada, assinalou ela. “Uma incerteza elevada dificulta investimentos e afeta muito o consumo das famílias”, alertou.

A especialista comentou que, desde 2015, o indicador de incerteza já se posicionava alto. Entre junho de 2015 a fevereiro de 2020, a média do índice oscilava entre 115 pontos. “Antes disso, a média era inferior a 100 pontos, o que era um quadrante favorável”, notou ela.

Para a economista, três aspectos dificultam a redução do patamar de incerteza ainda esse ano. Além da pandemia, já havia uma crise global, com desaceleração de ritmo de atividade econômica mundial, a influenciar a percepção de Brasil por parte do mercado, lembrou ela.

O terceiro aspecto que reduz ainda mais a possibilidade de incerteza menor, até fim do ano, são “as sucessivas crises políticas”, nas palavras da técnica, pelo qual o país passa desde 2015. O cenário da política não sinaliza menor turbulência até fim do ano, notou a economista.

Ao ser questionada se, com advento de uma vacina, isso na prática poderia contribuir para acelerar ritmo de queda na incerteza mensurada pelo indicador, ela foi cautelosa. A especialista disse que isso dependeria dos desdobramentos em relação às notícias boas sobre vacina, sobre coquetéis de medicamentos; e disponibilidade entre população.

“Pode ser que, com vacina, tenhamos uma queda maior da incerteza. Mas aí temos a questão de como vai operar a economia. Uma recuperação seria lenta? Seria rápida?”, questionou, notando que isso , hoje, é uma incógnita.

Ela comentou que, dos tópicos do indicador de incerteza, enquanto o componente de mídia caiu 18,6 pontos entre maio e junho para 152,5 pontos, o de expectativas caiu 2,1 pontos apenas, 228 pontos. “Expectativas caiu muito pouco. Isso só mostra o quanto a incerteza está elevada”, disse, acrescentando que isso, na prática, confere menor visibilidade a qual seria o andamento da retomada da economia, em cenário pós-pandemia.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.