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31 de Março de 2017 – 03h12 horas / SETCESP

Uma verdadeira ducha de água fria. Esse foi o sentimento de diversos empresários do setor de transportes de carga ao receber na última quarta-feira (29) a informação sobre o fim da desoneração da folha de pagamentos para a maioria dos 56 setores que antes eram beneficiados com o incentivo.

 

A medida, que visa cobrir um déficit de mais de 58,2 bilhões de reais no orçamento da União, pune o empresariado brasileiro e compromete a competividade do setor, além de proporcionar reflexos duros para a economia do país.

 

Espera-se que a decisão gere demissão em massa no TRC, que, no ano passado, teve que fechar mais de 90 mil postos de trabalho devido à grave crise que afeta do país.

 

Outro efeito negativo decorrente da desoneração deve ser o aumento significativo da inflação, principalmente na área de mobilidade urbana, e nos custos de prestação dos serviços de transporte, que impactam no preço dos bens de produção nacional, com reflexo direto sobre a mesa do trabalhador.

 

Somados todos os aspectos tenebrosos que a medida carrega, ainda cabe destacar que não há margem para repassar a elevação desse custo ao preço final do frete, já pressionado para baixo em razão da baixa demanda pelo serviço.

 

Na atual conjuntura que o país atravessa – desemprego de 13,2%, em média, no trimestre de dezembro a fevereiro – o mais adequado seria o governo dar sequência ao plano de ações que vêm sendo tomadas para fazer a economia voltar a crescer, como as propostas das reformas trabalhista e previdenciária e a diminuição da taxa básica de juros, e não atravancar ainda mais o setor de transporte de cargas e demais polos industrias e de serviços que lutam pelo pleno desenvolvimento econômico do país.

 

O Brasil já ostenta o triste título de país com a maior carga tributária do mundo. Mais impostos e reonerações não são soluções contundentes para equilibrar o já combalido orçamento da República.


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