Demanda e conjuntura internacional impactam alta do diesel, diz professor da FGV
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Desde a semana do dia 11 de janeiro, quando a Petrobras anunciou reajuste nos preços dos combustíveis às distribuidoras, o valor médio do diesel nos postos vem subindo, segundo levantamento da CNN com base em dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Entre os dias 9 e 15 de janeiro, o litro do combustível custava, em média, R$ 5,422. Já na última semana analisada pela ANP, entre os dias 06 e 12 de fevereiro, o valor médio ficou em R$ 5,589.

Na média por regiões, o preço do combustível oscilou. Na semana do dia 09 a 15 de janeiro, o litro do diesel custava R$ 5,646 no Norte, R$ 5,561 no Nordeste, R$ 5,450 no Sudeste, R$ 5,309 no Sul e R$ 5,682 no centro-oeste.

Já na semana entre os dias 6 e 12 de fevereiro, os valores foram de R$ 5,788 no Norte, R$ 5,735 no Nordeste, R$ 5,545 no Sudeste, R$ 5,425 no Sul e R$ 5,709 no Centro-Oeste.

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Pierre Souza, explica que a oscilação dos preços não se dá somente pelos tributos federais, estaduais e pelos valores praticados pela Petrobras.

Há também uma questão de demanda. “Janeiro é um mês de férias, posterior às festas. Há uma grande movimentação de cargas pelo Brasil, o que aumenta a demanda dos caminhoneiros. Portanto, os postos acabam praticando preços mais altos por conta da maior procura pelo combustível.”

Em relação às diferenças regionais, ele também diz que a explicação está no comportamento do consumidor. “Em algumas regiões há maior movimento de escoamento de produtos agrícolas e de cargas, o que faz com que haja maior procura e, consequentemente, o valor do diesel eleva”.

No último sábado (12), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que trabalha com a Petrobras para diminuir o valor dos combustíveis de “forma legal”, sem interferir na política de preços.

Segundo o professor Pierre Souza, mesmo com os esforços de iniciativas como a PEC dos combustíveis e o congelamento do ICMS, fatores internacionais podem dificultar a redução dos preços praticados pela Petrobras.

Ele afirma que, se houver invasão à Ucrânia e os Estados Unidos anunciarem sanções econômicas, por exemplo, o valor do barril do petróleo pode disparar, assim como o câmbio.

“Como os valores praticados pela empresa têm paridade com os preços internacionais, a companhia não consegue segurar um possível reajuste, o que vai impactar o consumidor final.


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