As condições do pavimento nas rodovias brasileiras representam aumento médio de 26,7% do custo operacional dos transportadores. De acordo com a 22ª Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte na última semana, o número é praticamente o mesmo (27%) do divulgado na última edição. E, por isso, ainda preocupa.
Segundo os dados, o percentual varia conforme o tipo de administração da rodovia (gestão pública ou concedida) e a região do país. A região Norte, que não possui nenhuma concessão, é a que apresenta as piores condições de pavimento e, consequentemente, o maior acréscimo de custo operacional aos transportadores (40%). Já a região Sudeste é a que possui as melhores condições, mas ainda impondo custo adicional de 22% aos transportadores.
A discrepância entre os tipos de gestão também é significativa: enquanto o custo adicional médio nas rodovias geridas pelo poder público foi de 30,5%, nas sob gestão privada foi de apenas 9,9%. Segundo a pesquisa, as condições das vias provocam aumento do consumo de combustível por quilômetro rodado, maior desgaste dos pneus, gastos adicionais com manutenção e reparação dos veículos e aumento do tempo de viagem, entre outros.
“O custo adicional é pago por toda a sociedade, pois o transporte rodoviário é parte relevante de todas as cadeias produtivas. Por isso, o aumento do frete impacta diretamente o preço final dos bens e serviços consumidos pela população brasileira, elevando-os e comprometendo a competitividade das empresas tanto no cenário local quanto no comércio exterior”, observa o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista.
Investimentos
Apenas para as ações de reconstrução, restauração e readequação das vias desgastadas, com a implementação de sinalização, a CNT estima que são necessários R$ 48 bilhões de investimentos, ou seja, cerca de sete vezes o montante autorizado para todas as intervenções de infraestrutura de transporte rodoviário pelo governo federal em 2018 (R$ 6,92 bilhões).
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