Com inflação menor, mercado já fala em juros abaixo de 7%
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08 de Setembro de 2017 – 03h03 horas / Estadão

A forte turbulência no cenário político nos últimos dias contrasta com dados cada vez mais positivos vindos da economia. O IPCA, índice oficial de inflação do País, fechou o mês de agosto em 0,19%, abaixo das estimativas do mercado, segundo dados divulgados pelo IBGE. Em 12 meses, a inflação está em 2,46%. E, também ontem, o Banco Central reduziu a Selic, taxa básica de juros da economia, de 9,25% para 8,25% ao ano.

 

As apostas majoritárias do mercado financeiro apontavam para uma Selic de 7,25% ao final do ano. Com isso, igualaria o nível mais baixo da taxa de juros no Brasil, registrado em 2012, no governo Dilma Rousseff. Mas, com a inflação em níveis tão baixos, economistas começam a apostar em uma taxa ainda menor, até abaixo dos 7%.

 

E, diferentemente da época do governo Dilma, quando a queda da Selic foi mais uma questão política, sem amparo nas condições macroeconômicas (quando o ex-presidente do Banco Central Alexandre Tombini deixou o cargo, no ano passado, os juros já estavam em 14,25% ao ano), a avaliação agora é de que há condições para o País, finalmente, manter tanto a inflação quanto a Selic em níveis baixos, o que tem um efeito benéfico tanto na vida das pessoas quanto das empresas.

 

“A nossa expectativa é que a inflação se mantenha baixa pelo menos nos próximos dois anos”, disse o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados. “E, com a inflação em níveis mais comportados, a Selic pode cair e se manter, o que não é usual no Brasil. ” O senão nesse quadro, diz, é a questão fiscal, ainda muito complicada, e que só vai se resolver com a aprovação das reformas econômicas, especialmente a da Previdência.

 

Para o economista, a inflação deve ficar este ano em torno de 3%, o que pressionará o Banco Central a baixar ainda mais os juros, talvez até abaixo dos 7,25% previstos atualmente. A meta de inflação perseguida pelo BC é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo. Quando essa meta é descumprida, o presidente do banco precisa enviar uma carta ao Ministério da Fazenda explicando porque isso ocorreu.


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