Eles conseguiram o apoio de deputados. Uma comissão vai propor que a fiscalização educativa, sem punição, continue por mais 240 dias. Resumindo, os caminhoneiros querem mais oito meses sem multas, apenas com orientação.
A BR-153, no interior de São Paulo, é ponto de paradas rápidas. Lá é possível encontrar um caminhoneiro que usa cocaína, segundo ele, para aguentar o cansaço.
“Você não sabe o que você está fazendo, entendeu? E dali, você está um morto vivo. Seu corpo está ali, mas sua mente não está. E aí você fica vendo coisa.”, conta.
Para evitar essas longas jornadas, a lei foi criada, e define turnos de trabalho. Os caminhoneiros tentaram adiar o início da fiscalização. Queriam mais oito meses para que a lei fosse colocada em prática. Mas o governo confirmou que as novas regras começam a valer a partir de terça-feira.
Pela lei os caminhoneiros são obrigados a ter 11 horas de descanso diário. A cada 4 horas na direção, o motorista tem que fazer uma pausa de 30 minutos e também tem direito a uma hora de refeição.
De acordo com o Ministério dos Transportes, a fiscalização será feita com bom senso. “Perto dos pontos de parada eu vou fiscalizar. Se o camarada tiver lá, pelo registro do tacógrafo dele esgotado o tempo de direção, mais a flexibilização, eu vou pedir a ele para se dirigir ao ponto de parada que ele acabou de passar um quilômetro atrás, vai parar o caminhão lá”, explica Marcelo Perrupato, secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes.
Caminhoneiros contrários à lei fizeram barulho em Brasília. Alegam que as pausas reduzem os ganhos dos que trabalham como autônomos. E reclamam que, em muitos lugares, não há onde parar com segurança.
“No transporte rodoviário de carga, é impossível de ser cumprida a lei por causa da falta de infraestrutura que tem no país. A falta de ponto de apoio, de segurança nas rodovias”, afirma Nélio Botelho, presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro.
Caminhoneiros prometeram novos bloqueios em estradas, como os que foram feitos em julho.
Mas o Ministério Público do Trabalho diz que vai agir. “O Ministério Público do Trabalho não vai, não admitirá mais bloqueios de rodovia ilegítimos e que defendem interesses ilegítimos e, portanto, lançará mão de medidas judiciais necessárias para que com o apoio, se for o caso da força policial, as rodovias brasileira sejam desobstruídas”, afirma Paulo Douglas, procurador do Ministério Público do Trabalho.
O procurador do Ministério Público do Trabalho informou que 4 mil caminhoneiros morrem por ano por causa do excesso de trabalho.
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