Brasil, meu Brasil brasileiro
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01 de Dezembro de 2015 – 05h23 horas / Urubatan Helou – NTC&Logística

por Urubatan Helou, vice-presidente da NTC&Logística


Este meu Brasil, que de mulato inzoneiro não tem nada, em apenas 25 anos construiu a 2ª maior democracia do mundo, provando a enorme musculatura institucional que vigora no país.

Comum é atribuir à impunidade, à vergonha nacional. Contudo, quando um senador no exercício de seu mandato e líder do governo na Câmara alta, um fazendeiro amigo íntimo do ex-presidente Lula e um notório banqueiro vão pra cadeia, assim como o fato de que tanto presidentes de Câmara e Senado estarem sendo denunciados pelo STF, e levados à execração pública, ANALISTAS desinformados, ou com má formação política, costumam atribuir isso a uma profunda crise institucional.

Eu entendo absolutamente ao contrário, pois o Brasil teria sim instalado uma grave crise das instituições, caso esses caciques tivessem conseguido por meios espúrios os seus salvos-condutos, ao dolce far niente comum à impunidade.

Não esqueçamos que a prisão de um senador no exercício de seu mandato é um caso inédito, cabendo ao Senado ter que cortar a própria carne ao decidir pela continuidade e ratificação da decisão do STF, tudo, eu digo tudo, amparado pela constituição e devidamente protegido pela suprema corte do Brasil.

Nada de anormal, exatamente como aconteceria nas grandes democracias como USA e Reino Unido, o estrito cumprimento das leis, no qual os poderosos e inatingíveis tem o mesmo tratamento de cidadãos comuns, e a demonstração de que as leis são pra todos. Demonstração clara, transparente, que o Supremo surpreendeu os inatingíveis e não cedeu ao poder político, estabelecendo assim a maior segurança jurídica JAMAIS VISTA EM NENHUMA outra nação NÃO DEMOCRÁTICA do mundo.

Aliás, essa não é a primeira vez que o Brasil mostra a sua verdadeira vocação democrática, e a solidez de suas instituições. Pouco mais de apenas dois anos da primeira eleição direta pra presidente da República, exorcizamos, via impeachment, o presidente Collor, e o cassamos politicamente. A seguir, anões do orçamento, Severino, senador Luiz Esteves, processos do mensalão, petrolão, etc, etc, etc. Tudo, eu repito, tudo, no mais perfeito ditame das leis e da liberdade das instituições.

Mostramos ao MUNDO, e somos exemplos ao mundo que as leis não são apenas para alguns e sim um princípio para todos, e que ninguém é superior a elas.

A crise há, e existe de forma muito concreta para aqueles que ainda imaginam o BRASIL DA IMPUNIDADE. O ambiente brasileiro mudou do BRASIL DAS TREVAS, do arbítrio para o BRASIL global, aberto ao mundo, e corrigindo as suas próprias feridas.

Idiota de quem não enxergar, esses perecerão. E aos que enxergarem esse novo Brasil, se consolidarão e viverão em um país, que não quer o golpe político por um impeachment injustificado. Um novo Brasil que execrará os maus e ímpios pelo voto popular, que aprenderá, gradativamente, com o avanço democrático, a votar.

Crise econômica também há, porém, inexoravelmente momentânea, como se acnes e espinhas fossem em um corpo político adolescente, que, em breve, se tornará adulto e terá uma vida econômica plena.

Brasil, meu Brasil Brasileiro, de negros, matutos, mulatos, brancos, loiros, morenos, índios, imigrantes, NÃO É MAIS O BRASIL INZONEIRO. O futuro está a um pequeno passo, seremos em, no máximo, 20 anos uma das três maiores nações do mundo, e minha geração é privilegiada por estar vivendo esse histórico momento.

Quem viver verá!


Urubatan Helou, membro do Conselho Superior do SETCESP


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