O “Futuro do Crescimento”, apresentado simultaneamente no painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e pela Fundação Dom Cabral, no Brasil, aponta que em termos de qualidade de crescimento, o país segue a tendência da média mundial de crescimento, porém enfrenta problemas em investimentos para inovação, combate às desigualdades econômicas e polarização econômica.
Separado por sete arquétipos, nessa edição o estudo não traz um ranking dos países estudados, mas separa a pontuação em quatro pilares: Inovação, Inclusão, Sustentabilidade e Resiliência, considerando os crescimentos específicos de cada país. O Brasil obteve pontuações de 41,8 em Inovação, 55,3 em Inclusão, 55 em Sustentabilidade e 52 em Resiliência e foi categorizado no Arquétipo C, que reúne os países com crescimento moderado, mas equilibrado e com desempenho acima da média em sustentabilidade.
Hugo Tadeu, professor e diretor do núcleo de inovação e empreendedorismo da FDC, destaca que países mais pobres são os que mais focam em sustentabilidade, por serem os mais afetados pelas mudanças climáticas. No caso do Brasil, ele diz que apesar da boa pontuação, a sustentabilidade precisa estar alinhada à inovação. “Não adianta discutir esse tema sem olhar para talento e inovação”, diz.
O Brasil também mostra destaques positivos para disponibilidade de recursos hídricos e a maior concentração de oferta de alimentos, devido à forte produção agrícola do país. Por outro lado, falta interesse pela agenda de aperfeiçoamento profissional, principalmente por parte das empresas. “É imperativo que as empresas adotem uma agenda para “upskilling” (aperfeiçoamento de competências existentes) e “reskilling” (aquisição de competências totalmente novas) para se adaptarem ao novo ambiente da transformação digital”, diz.
Ainda entre os indicadores de menor pontuação, o Brasil tirou nota zero em iniquidade econômica e polarização política. Além disso, o registro de patentes, com nota 2,4 e patentes verdes, com nota 1,6, continuam abaixo do esperado para um avanço significativo para a inovação. “Isso atesta que não estamos em uma rota de crescimento satisfatório. É preciso qualificar as iniciativas de inovação, de uma forma que seja coerente para o futuro”, analisa Tadeu.
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