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16 de Maio de 2014 – 01h28 horas / Cenário MT com Revista Veja

O Brasil é o maior exportador de soja do mundo. O Mato Grosso é o maior produtor do país, e Sorriso é a cidade recordista em grãos no Estado. A maior parte do que é colhido no município é escoada pela BR-163, que cruza o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul. Por aqui passam mais de 30% da soja exportada pelo Brasil. Nesta quinta-feira, o ônibus da Expedição VEJA percorreu um longo trecho da rodovia e constatou o assombroso contraste entre a frágil infraestrutura de transportes à disposição dos produtores e a modernidade do Brasil competitivo, que quebra recordes seguidos de safra e compete no mercado internacional.

Em muitos trechos, a rodovia federal se assemelha a uma vicinal mal conservada, estreita e sem acostamento. A sinalização é quase inexistente. Os buracos se multiplicam. Longas filas de caminhões percorrem o trajeto a uma velocidade reduzida, frequentemente inferior a 60 quilômetros por hora. É espantoso perceber que boa parte da riqueza produzida no Brasil passe por aqui.

A BR-163 é o eixo em torno do qual se expandiu a produção de grãos no Mato Grosso nos últimos anos; Lucas do Rio Verde e Sorriso, duas cidades que enriquecem com a produção de soja, estão à beira da rodovia. Mais adiante, no sul do Pará, a BR-163 sequer é asfaltada.

Além do risco de acidentes, a péssima qualidade da BR traz um considerável custo adicional aos produtores. A conta inclui gastos com o conserto de veículos quebrados, pagamento de dias extras para os motoristas por cauda de lentidão do percurso e o desperdício de carga provocado pelo chacoalhar dos caminhões.

A Expedição da revista VEJA percorreu até agora cerca de 400 quilômetros na BR-163 e na 364, que também é utilizada para o escoamento da soja; em alguns pontos, máquinas preparavam o terreno para obras de duplicação. Mas a velocidade das melhorias está muito aquém do crescimento econômico da região. Os trechos em obras devem estar prontos só em 2019.


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