“Ano passado, no auge da pandemia, muita gente perdeu pessoas queridas. Eu fui uma delas. Perdi o meu esposo, que faleceu em decorrência da Covid-19”, contou Carla Salgado proprietária da AeB Mudanças. Falando sobre os ciclos que se iniciam e se encerram, ela destacou o fato de ter virado empresária do transporte de uma hora para a outra.
Com isso, a Carla que até então, sempre havia trabalhado na iniciativa privada, se viu diante da responsabilidade de assumir a empresa familiar que era o resultado do trabalho de 26 anos do seu marido. “Agora estava nas minhas mãos. E, eu, sem saber muito bem o que fazer”, revelou ela.
A empresária nos confidenciou que na época parte de sua família a aconselhou que o melhor era vender o negócio. “Mas de alguma forma para mim, a AeB Mudanças era um legado dele, e eu queria continuar. Eu sempre trabalhei na iniciativa privada, minha expertise é na área financeira. Eu busquei trazer isso para a nossa transportadora, só que me faltava o conhecimento em outras áreas como a operacional, fiscal, de gestão de pessoas, enfim, um monte de coisas, que eu precisava saber para prosseguir com o trabalho”.
Mesmo em meio às dificuldades, Carla disse que teve a sorte de contar com pessoas que a auxiliaram.
Para ela, tanto o seu enteado, que havia trabalhado por um pouco período de tempo com seu esposo, e mesmo assim, havia conseguido absorver bastante conhecimento; quanto o mais antigo funcionário da transportadora, que tem grande know-how no ramo de transportes, foram fundamentais para que ela assumisse os negócios. “Eles me impulsionaram, hoje são os meus braços direito e esquerdo na empresa”.
Ela disse que neste processo também teve alguns dos parceiros de negócio que a ajudaram muito, outros, porém que a viram como pessoa muito frágil, que duvidaram se ela conseguiria dar conta do recado e preferiram se distanciar.
“Logo quando iniciei minhas atividades na empresa tive que vender um de nossos caminhões para colocar as nossas finanças em dia. Me senti como se estivesse retrocedendo, mas eu sempre reforço a convicção de que é preciso dar um passo para trás para dar dois para frente. Estava resolvida e fui em frente”.
Para ela, ingressar na transportadora foi como ter aberto um novo negócio: “foi como ter começado a empreender do zero, e toda empresa que abrimos precisa de tempo para se afirmar e dar o retorno financeiro que esperamos”.
Depois de um ano à frente da AeB Mudanças, ela sente que as coisas estão melhorando. “Eu tive a felicidade de conseguir uma parceria com uma personal organizer (profissional especializada em organizar ambientes), nós fazemos a mudança e ela organiza as mobílias, roupas e tudo mais. Sempre indicamos uma o serviço da outra. Já é algo diferente que agregamos ao nosso serviço”.
E por falar em parcerias que dão certo, Carla também faz questão de destacar que frequenta as reuniões da Diretoria de Mudanças do SETCESP. “Tem sido uma troca bastante interessante, tenho conseguido conversar com as empresas do mesmo ramo que o nosso, e isso nos ajuda a nos posicionar no mercado”.
Pensando sobre o futuro, ela diz que tem pretensões de conseguir em breve um galpão novo, incluir mais veículos à frota e ter mais funcionários, para fazer a empresa crescer. Atualmente a empresa presta serviços de transporte de mudanças para todo o Brasil.
“Eu até criei um novo slogan é o ‘AeB Mudanças: Mudando vida e realizando sonhos’, eu acredito que a nossa empresa tem potencial para fazer isso com nossos clientes, porque a minha vida ela já mudou”.
voltar