Nova edição do Economia em Foco, da CNT, analisa as condições de acesso ao crédito no Brasil no contexto da crise provocada pela covid-19
No momento em que o país enfrenta uma nova crise econômica em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o volume de recursos para a tomada de crédito no Brasil arrefeceu e as condições de acesso não mudaram. A nova edição do boletim Economia em Foco, da CNT, sugere que – dada a dimensão da atual crise – o volume de crédito pode não ser suficiente para atender às empresas brasileiras, sobretudo as micro, pequenas e médias. Além disso, a análise da CNT mostra que, dos R$ 40 bilhões disponibilizados pelo Programa Emergencial de Suporte a Empregos, do governo federal, até 27 de maio, somente R$ 1,96 bilhão foi utilizado.
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De acordo com o boletim, divulgado nesta sexta-feira (5), em abril deste ano, no sistema bancário brasileiro, foram liberados apenas R$ 18 bilhões em crédito, sendo R$ 1,24 bilhão para MPMe (micro, pequenas e médias empresas). No mês anterior, esse volume tinha sido de R$ 92 bilhões, sendo R$ 11 bilhões para MPMe. Cabe ressaltar que o mês de março registrou um acréscimo significativo no saldo da carteira de crédito na comparação com os demais meses da série histórica.
O boletim revela como ficaram as condições de acesso ao crédito no Brasil – principalmente para pessoas jurídicas –, nos meses de março e abril. A publicação utiliza indicadores do Banco Central sobre o saldo de crédito na carteira do Sistema Financeiro Brasileiro; a taxa média de juros cobrada nas operações de crédito; e o prazo médio para o pagamento dos empréstimos.
A CNT indica que não houve alteração substancial das condições médias de juros e prazos no mercado de crédito no período analisado – o que seria necessário para garantir a sustentabilidade financeira das empresas durante a crise.
Segundo a publicação, o setor de transporte vem sendo diretamente impactado por essa realidade. “Neste momento de pandemia, os investimentos em frota precisaram ser interrompidos, tornando-se prioritária a garantia de recursos para as empresas de transporte conseguirem cobrir seus custos mais imediatos”, informa o texto.
Dificuldades na tomada de crédito
A análise da CNT mostra ainda que os esforços do Banco Central e do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para viabilizar crédito ainda esbarra em dificuldades para que o recurso chegue às empresas. “Até março de 2020, os dados do BNDES não evidenciaram uma maior atividade neste contexto de pandemia. Em março, o banco desembolsou R$ 3,19 bilhões, mantendo a sua trajetória de queda, vigente sobretudo a partir de 2014.”
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