Já estamos no final de maio, chegando na metade de um ano que mal começou. Parece que o Natal foi ontem e que o dia não tem mais 24 horas, nem as semanas sete dias. O que aconteceu? O que fazer? Como viver num mundo em que temos a sensação clara de que não temos tempo para nada?
O que aconteceu é que, de fato, fazemos hoje num dia o que há anos atrás demorávamos uma semana para fazer. A informação instantânea via rádio, TV, internet, WhatsApp, YouTube, Facebook, etc., etc., nos faz saber coisas que antes se demorava uma vida para conhecer. Os celulares e smartphones nos tornaram disponíveis 24 horas para quem tenha ou não nossos contatos. Esse acúmulo de informação gera uma ansiedade de fazer, participar, experimentar que nossos antepassados não tinham. Nossa cabeça é bombardeada por dados e informações do mundo inteiro. Ficamos irritados com fatos que não nos dizem diretamente respeito e que ocorreram do outro lado do mundo. Além disso, a facilidade de locomoção por terra, mar ou ar nos dá uma sensação de que as distâncias diminuíram. Uma viagem que antes demorava uma semana a cavalo, hoje é feita em poucas horas a 100 km por hora. Tudo isso mudou a nossa concepção de espaço e tempo e nos faz ficar ainda mais irritados com o trânsito parado nas cidades, o que nos dá a sensação de “perder tempo”. E o que fazer?
Para enfrentar esses novos tempos é preciso desenvolver um autocontrole muito grande e tomar plena consciência daquilo que seja realmente essencial em nossa vida e priorizar as informações e atividades que nos levem a essas coisas essenciais. É preciso saber selecionar e sintetizar essa avalanche de informação disponível para que tenhamos foco, muito foco no que realmente queremos e devemos fazer. É preciso saber dizer muitos “nãos” às tentações da tecnologia e mesmo aos amigos, colegas, conhecidos e estranhos que nos enchem de mensagens, fotos, vídeos, etc. e que ocupam nossa mente com coisas absolutamente acidentais e desnecessárias, que nos tiram do foco do que realmente devemos fazer. Tempo é questão de preferência e temos que priorizar o que nos conduz ao essencial.
Para isso é preciso desenvolver, como nunca, um grande domínio da vontade e não nos deixar cair nas tentações da mídia, das novelas, dos comerciais que nos levam ao consumismo desenfreado e a tudo o que é desnecessário e acidental para a o nosso sucesso e a nossa verdadeira felicidade. Assim, reeducar a vontade e reaprender a pensar criticamente, me parecem ser os únicos caminhos para vencer os desafios deste louco tempo de aceleração e viver cada momento e a própria vida com sabedoria e qualidade.
Pense nisso. Sucesso!
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