Na manhã desta quinta-feira (19), aconteceu a 10ª Conferência de Tarifas do SETCESP, que reuniu especialistas e empresários para comentar os dados da pesquisa Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas realizada pela NTC&Logística, e repercutiu os assuntos apresentados no CONET (Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado), realizado em 6 de agosto em Belo Horizonte (MG).
A presidente executiva do SETCESP, Ana Jarrouge, deu as boas-vindas e agradeceu a presença de todos, intensificando também os protocolos sanitários de recomendação contra a Covid-19. O evento foi realizado de forma híbrida, com parte do público presencial e a outra a distância, acompanhando a transmissão virtual pela plataforma EAD da entidade.
Na sequência, Tayguara Helou, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP, falou que o assunto central seria entender a composição tarifária do frete para uma cobrança de tarifa justa. “O transportador tem que ter rentabilidade”, afirmou.
Após isso, o assessor jurídico do SETCESP, Dr. Marcos Aurélio mostrou as propostas de reforma tributária que estão em tramitação e que podem significar um possível aumento na tributação. “No início, a expectativa era de simplificação, agora voltamos a nossa atenção para um possível aumento”, alertou ele.
Para falar da variação no preço dos insumos, a economista do IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga), Raquel Serini, apresentou os centros de custos que mais se elevaram no setor: o DAT (Despesas Administrativas e de Terminais), pneus, seguros, veículo e diesel. Ela apontou também que o principal índice que o transportador deve considerar para medir seus custos é o INCT (Índice Nacional de Custo do Transporte).
Já Lauro Valdívia, que é engenheiro de transporte e assessor da NTC&Logística destacou os componentes tarifários do TRC: frete peso (custos operacionais), frete valor (custo de risco), GRIS (Custo das medidas de combate ao roubo) e as generalidades (que abrange as excepcionalidades da operação).
Valdívia mostrou que segundo a pesquisa feita pelo Departamento de Custos Operacionais (DECOPE/NTC) 44% das empresas reajustaram o frete no primeiro semestre de 2021, enquanto que 25% mantiveram os preços e 16% até concederam descontos.
Visão dos empresários
Chamados para comentar o panorama apresentado pelos especialistas, os empresários subiram ao palco e falaram como foi e tem sido trabalhar diante do cenário exposto.
Guilherme Juliani, que é CEO da Moove+ Logística e Transporte e Flash Courier, preferiu comentar sobre a retomada econômica passado o momento mais crítico da pandemia. Enquanto isso, o CEO da JSL, Ramon Alcaraz, disse que vale um alerta frente ao cenário inflacionário, que faz com que seja preciso repassar os reajustes no valor do frete mais que uma vez ano, ponto de vista que ainda foi reforçado por Hassan Murad, sócio da Raça Transportes. “ Há no momento uma imprevisibilidade da cadeia produtiva, fala-se muito do preço do diesel, mas ele não é o único centro de custo”, afirmou Murad.
Por fim, Helou destacou a importância do setor estar unido e repassar uma cobrança de frete adequada: “o mercado deve ser regulado pelas variáveis que o compõem, importante o transportador estabelecer uma cobrança que mantenha a saúde do seu negócio”.
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