Pesquisa revela as expectativas dos empresários do TRC para 2020
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Dados indicam quais as perspectivas de investimento dos executivos e empresários do setor, e como avaliam e o que esperam das políticas do atual governo

O levantamento encomendado pelo SETCESP ao IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga) traçou um diagnóstico opinativo de representantes das empresas sobre como a economia se comportou no ano que passou, e quais as perspectivas para esse que se inicia.

As opiniões sobre o desempenho do setor de transporte rodoviário de cargas no ano de 2019 ficaram bem divididas. A percepção de 39% dos participantes do estudo é que o ano ficou dentro do esperado para o setor, no entanto, quase que a mesma parcela, 38%, classificou o ano como pior do que aquilo que esperava. Mas 23% o considerou muito melhor do que aquilo que imaginava.

O IPTC coletou informações das empresas de transporte pertencentes a base territorial do SETCESP, que responderam a um questionário online estruturado com 26 perguntas objetivas.

“É uma pesquisa bastante completa que abrange uma diversidade de temas do setor, e se torna muito útil para traçar ações efetivas em cima de uma análise profunda”, aponta Fernando Zingler, diretor executivo do IPTC.

Investimentos previstos

As empresas entrevistadas somam quase 15 mil postos de serviços. Dessas, 54% mostram o desejo por ampliar o número de funcionários em 2020, e para isso devem investir uma parcela de 3,36% do seu faturamento em novas contratações.

O cenário para 2020 é bastante estável para a maior parte dos entrevistados. No geral as empresas acreditam que o valor do frete se manterá regular, e pouco mais de 1/3 dos participantes da pesquisa acreditam em um cenário positivo, no qual o valor do frete deve melhorar.

Falando sobre investimentos, a maioria das empresas pretende empregar capital em tecnologia, a intenção é reservar uma média de 3,97% do faturamento para isso.

Além das tecnologias, a maior parte das transportadoras também apresenta interesse em renovar a frota em 2020. No total, 64% responderam que pretendem investir até 10,55% de seu faturamento em novos veículos. Todos participantes que tem uma frota acima de 10 anos demonstraram essa vontade.

Cenário político

Concordam com às medidas tomadas pelo governo federal, em relação às reformas existentes e em andamento, a maioria das empresas. Em especial, a Reforma Trabalhista é aprovada pela maior parte dos entrevistados, do mesmo modo que a Reforma Previdenciária. Embora, ainda tenha uma aprovação alta, a reforma que obteve menor destaque na pesquisa foi a Reforma Política.

Já em relação ao Piso Mínimo do Frete há uma clara divisão. Quase a metade das transportadoras entrevistadas se mostram preocupadas com esta resolução, tendência em todos os segmentos pesquisados. O fato é que a maioria delas não notou uma alteração significativa do volume de carga após o estabelecimento do Piso Mínimo.

Sobre o desempenho do governo, Tayguara Helou, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP reforça que “merece destaque a atuação positiva com política de mercado mais ampla e abertura da atividade econômica”. Por outro lado, frisa que medidas específicas em relação ao TRC não estão ajudando muito. “O piso mínimo do TRC (tabelamento do frete) e um possível ‘CIOT para todos’, atrapalham o desenvolvimento do setor, porque burocratiza a operação”, acrescenta Tayguara.

“Em cima dos resultados específicos da pesquisa, concluímos que 2019 foi um ano positivo para as empresas do setor que estão se recuperando de um período de estagnação. Há crescimento, mas que varia de transportadora para transportadora, em ritmos e proporções diferentes”, avalia Fernando.


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