O mercado nacional de locação de condomínios logísticos de alto padrão apresentou recuperação em 2018 e possibilidade de bons negócios em 2019, segundo a pesquisa First Look, da JLL.
No ano passado, foram mais de 2 milhões de m² negociados, sendo 1,2 milhões de m² em absorção líquida, o dobro do que foi registrado em 2017. O indicador, que expressa a diferença entre áreas locadas e devolvidas, demonstra o crescimento da demanda e a expansão real do mercado.Já a taxa de vacância fechou o ano em 22%, três pontos percentuais a menos que em 2017 e o menor número dos últimos três anos.
Condomínios logísticos crescem em outras regiões
O último trimestre do ano mostrou que o segmento de condomínios logísticos tem avançado para além do eixo Rio-São Paulo e a tendência deve se expandir nos próximos anos, segundo Renan Cardoso, do time de Pesquisa e Inteligência de Mercado da JLL.
“Paraná, Minas Gerais e Nordeste são regiões secundárias que estão crescendo. Destaque para o Paraná, que teve grande presença no mercado, e cujo volume absorvido em 2018 foi quatro vezes maior que o registrado no ano anterior”, diz.
Das seis maiores transações do quarto trimestre, três aconteceram fora do eixo Rio-São Paulo. Os estados de Minas Gerais, Paraná e Ceará receberam absorções acima de 20 mil m² (Privalia, Magazine Luiza e Avon, respectivamente). Somadas, estas transações representam 12% do total de absorções do trimestre. As outras três maiores aconteceram em São Paulo, nas regiões de Jundiaí (Brasilata), Sorocaba (Arch Química) e Araçariguama (Inbetta).
“O movimento foi tanto de empresas que expandiram sua operação como de negócios que saíram de um galpão isolado para um condomínio logístico em busca de inovação e tecnologia”, diz Cardoso.De acordo com o levantamento da JLL, os principais segmentos envolvidos nas transações de 2018 em São Paulo foram:
– Atacado, varejo e distribuidores: 36%
– Indústria: 33%
– Logística e transporte: 27%
Entregas em condomínios logísticos seguem demoradas
O Brasil fechou o ano com um total de 589 mil m² de novos estoques. Desse total, os estados que mais receberam novos estoques durante o ano são também aqueles com maior participação: São Paulo responde por 36%, seguido por Rio de Janeiro (21%) e Minas Gerais (17%). O maior empreendimento do ano foi o CL Aeroporto de Guarulhos (85 mil m²), entregue no terceiro trimestre de 2018.
Com 192 mil m², o quarto trimestre teve o maior volume de entregas no ano, com destaque para a região Nordeste, com 90 mil m² entregues: 51 mil m² no Ceará, 22 mil m² em Pernambuco e 17 mil m² em Sergipe.
A previsão para 2019 é que seja entregue um total de 634 mil m², distribuídos por seis estados brasileiros (São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Ceará e Sergipe). De acordo com Cardoso, a maior parte dessas entregas está prevista para o primeiro trimestre e em São Paulo. “O ritmo das entregas neste ano será moderado, mantendo a tendência observada em 2018”, conclui o especialista da JLL.
O preço pedido médio variou pouco nos últimos trimestres e fechou o ano estável, a R$ 18,22, e sem previsão de grandes variações nos próximos meses.
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