Comércio virtual pressiona rede logística a se adaptar
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25 de Agosto de 2016 – 03h55 horas / Diário do Comércio

O aumento das compras pela internet intensificou a pressão sobre as redes de logística, obrigadas a se adaptar a uma operação mais complexa, tanto no Brasil quanto no exterior. O prazo médio de entrega das encomendas no Brasil, porém, subiu 35% entre 2013 e 2015, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). A política de frete grátis também foi revista pelas empresas, passando de 56% para 42% no período, de acordo com levantamento da Ebit/Buscapé.


As lojas virtuais culpam principalmente os Correios pelos resultados. “A qualidade do serviço tem piorado muito nos últimos anos. Os Correios não acompanharam o crescimento do setor”, diz Maurício Salvador, presidente da ABComm. Em crise, a estatal teve prejuízo de R$ 2,1 bilhões no ano passado. O presidente interino, Michel Temer, estuda compartilhar a gestão de algumas áreas da empresa com a iniciativa privada. Um dos focos é a parte de logística.


Embora a estatal ainda domine o mercado, sua participação vem caindo: se, em 2013, 93% das lojas virtuais usavam a empresa, em 2015, este número caiu para 87,5%.


De olho no aumento das compras on-line e no espaço aberto pela estatal, surgem novas transportadoras privadas e outras aumentam sua participação. O movimento intensifica a pulverização do mercado, com grande número de empresas regionais.


A Dafiti, uma das maiores lojas virtuais do Brasil, conta com 20 transportadoras para fazer entregas, o que reduz a dependência dos Correios, diz o sócio e fundador da companhia, Thibaud Lecuyer. Para ele, a estatal possui um “diamante nas mãos”, que é sua abrangência nacional, mas precisa “lapidá-lo.”


A gigante americana FedEx, com atuação em mais de 220 países, aumentou sua presença no Brasil neste ano com a aquisição da rival TNT. O plano da empresa é aumentar sua participação no comércio eletrônico doméstico e internacional, afirma o presidente da divisão América Latina da FedEx Express, Juan Cento.


O segmento é a principal aposta da estratégia global da empresa, que tem como termômetro o mercado norte-americano, onde o comércio eletrônico é mais forte. Em Memphis, onde fica um dos principais centros de operação da companhia no mundo, o aeroporto é praticamente fechado de madrugada para processar e enviar os pacotes para destinos domésticos e internacionais.


“Há oito anos, o recorde de entregas em um dia era de 10 milhões de pacotes. No ano passado, tivemos três dias que superaram os 25 milhões”, diz o vice-presidente de Marketing e Comunicação da FedEx, Patrick Fitzgerald.


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